Por Ludwig Burger e Matthias Blamont
FRANKFURT/PARIS (Reuters) - Empresas farmacêuticas estão alertando para uma possível carência de ampolas para armazenar futuras vacinas contra Covid-19, mas sua pressa para garantir suprimentos cria o risco de piorar este quadro, disseram alguns grandes fabricantes de equipamentos médicos.
A Schott, maior fabricante mundial de vidros especializados para ampolas de vacina, disse que recusou pedidos para reservar estoques para grandes farmacêuticas porque não quer comprometer recursos antes de se saber quais vacinas funcionarão.
Vendo milhares de pessoas morrerem de Covid-19 diariamente e as tentativas de conter o vírus mergulharem o mundo na recessão, farmacêuticas e grupos de serviços de saúde como Pfizer, AstraZeneca e a aliança de vacinas Gavi estão pressionando pela produção de vacinas em massa antes mesmo de testes provarem sua eficácia.
Eles querem garantir que uma vacina eficiente possa ser distribuída o mais rápido possível a bilhões de pessoas de todo o mundo – mas isso cria preocupações a respeito dos suprimentos.
O chefe da AstraZeneca, Pascal Soriot, o chefe da Coalizão de Inovações para a Prontidão Epidêmica (Cepi), Richard Hatchett, e o diretor-geral do lobby farmacêutico global IFPMA, Thomas Cueni, alertaram que pode não haver ampolas de vidro suficientes para uma campanha mundial de imunização.
A Schott, maior fornecedora de vidro borossilicato para garrafas e seringas medicinais, acredita que os fabricantes de ampolas darão conta do desafio, mas disse que teve que tomar decisões empresariais muito difíceis para tentar fazer com que isso se concretize.
A francesa SGD Pharma, uma das maiores fabricantes mundiais de vidro moldado para a indústria farmacêutica, disse que fará tudo para evitar uma escassez.