Por Stanley Widianto
JACARTA (Reuters) - A Indonésia lançou uma das maiores campanhas de vacinação contra Covid-19 do mundo nesta quarta-feira, com o presidente Joko Widodo recebendo a primeira injeção de uma vacina chinesa CoronaVac enquanto seu país luta contra um dos piores surtos de coronavírus na Ásia.
A campanha visa inocular 181,5 milhões de pessoas, sendo que as primeiras vacinadas estão tomando a vacina CoronaVac, da chinesa Sinovac Biotech, que a Indonésia autorizou para uso emergencial na segunda-feira.
Com uma camiseta branca e máscara, o presidente, conhecido como Jokowi, tomou a vacina no palácio presidencial.
"A vacinação é importante para quebrar a cadeia de transmissão da Covid-19 e nos dar proteção e segurança a todos os indonésios e ajudar a acelerar a recuperação econômica", disse Jokowi após receber a injeção.
Algumas outras autoridades vacinadas mostraram suas marcas aos jornalistas que esperavam e flexionaram os braços.
O ministro da Saúde, Budi Gunadi Sadikin, disse que cerca de 1,5 milhão de profissionais da área médica serão vacinados até fevereiro, seguidos por funcionários públicos e a população em geral em 15 meses.
Ao contrário de muitos países, a Indonésia pretende inocular primeiro a sua população trabalhadora, em vez dos idosos, em parte porque não possui dados suficientes de ensaios clínicos sobre a eficácia da CoronaVac em idosos.
Na quarta-feira, a Indonésia relatou aumento recorde diário em casos e mortes, o que elevou o total de mortes por coronavírus para 24.951 e infecções para 858.043.
Ajudadas pelo otimismo em relação à campanha de vacinação, as ações indonésias, que subiram nos últimos dias, ampliaram os ganhos nesta quarta-feira, com o índice principal subindo 0,62%. A rupia subiu 0,46%.
A maior economia do sudeste asiático sofreu sua primeira recessão em mais de duas décadas no ano passado devido à pandemia, com o governo estimando uma contração de até 2,2%.
O governo disse que dois terços da população de 270 milhões precisam ser vacinados para obter imunidade de rebanho, com o custo do programa estimado em mais de 74 trilhões de rupias (5,26 bilhões de dólares).
Olivia Herlinda, pesquisadora do Centro de Iniciativas de Desenvolvimento Estratégico da Indonésia, disse que as autoridades não levaram em consideração a eficácia da vacina e a taxa de reprodução do vírus para justificar seu enfoque na imunidade de rebanho.
A epidemiologista Masdalina Pane afirmou que as vacinas deveriam ser acompanhadas por mais testes e rastreamento.
(Reportagem adicional de Maikel Jefriando, Tabita Diela, Gayatri Suroyo e Fransiska Nangoy)