Por Eliana Raszewski e Miguel Lobianco
BUENOS AIRES (Reuters) - Idosos da Argentina, o grupo que corre mais risco de sofrer complicações do coronavírus, enfrentaram longas filas nesta sexta-feira para sacar suas pensões, conforme os bancos mostravam dificuldade para lidar com a procura e estenderam o horário de atendimento ao final de semana em meio a uma quarentena nacional.
Esta sexta-feira foi o primeiro dia em que os bancos abriram no país sul-americano desde 20 de março, quando o governo anunciou um isolamento nacional obrigatório, exceto para atividades essenciais, como comprar alimentos e buscar assistência médica.
A quarentena, que vigora desde 12 de abril, criou um desafio para os argentinos mais velhos que normalmente vão às agências bancárias em pessoa para recolher pensões ou benefícios sociais.
Milhares de aposentados, muitos sem cartões de débito para retirar dinheiro em caixas eletrônicos, formaram filas de até seis quarteirões diante de agências na capital Buenos Aires. O distanciamento social recomendado de ao menos cerca de 2 metros não era observado em algumas partes da fila, embora muitas pessoas usassem máscaras.
"Eles não sabem administrar as coisas neste país, isto é ridículo", disse Tomas Ortiz, de 82 anos. Juan Carlos Axt, aposentado de 70 anos que aguardava na fila, disse à Reuters que tem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), mas que não tinha outra opção além de ir ao banco para receber seus fundos.
"O que vou fazer? Tenho que receber. Se não, não poso comprar remédios, esta é a situação para nós", explicou Axt.
Ainda nesta sexta-feira, o Banco Central anunciou que os bancos ficarão abertos durante o final de semana e nos dias úteis subsequentes para acudir os pensionistas na tentativa de reduzir as filas imensas.