Por Guy Faulconbridge e Paul Sandle
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse nesta sexta-feira que acredita que o país terá superado a crise do coronavírus até meados de 2021, mas que teme um segundo pico que poderia sobrecarregar o serviço de saúde.
"Quer tenha vindo de... um morcego, um pangolim, ou seja lá como for que surgiu, foi uma coisa muito, muito ruim para a raça humana. E acho que na metade do ano que vem estaremos nos livrando disso", disse ele aos repórteres.
"Este país voltará mais forte do que nunca", disse Johnson. "Ainda temos a ameaça de um segundo pico."
Ao visitar o consultório de um médico, o premiê disse que torce para que todos tomem a vacina contra gripe para diminuir a pressão sobre o serviço de saúde durante os meses de inverno.
"Existem todos esses ativistas antivacina agora", disse ele a profissionais médicos. "Eles são malucos, eles são malucos."
No ano transcorrido desde que se tornou o líder britânico, Johnson obteve uma grande vitória eleitoral, cumpriu a promessa de tirar o Reino Unido da União Europeia e quase morreu de Covid-19.
Mas partidos de oposição dizem que ele demorou demais para impor um isolamento, foi incapaz de identificar casas de repouso como uma vulnerabilidade, arruinou o sistema de exames e rastreamentos e deveria ter demitido seu principal assessor, Dominic Cummings, por viajar durante o isolamento.
Falando um ano depois de se tornar premiê, Johnson disse que sua experiência mostrou que o governo precisa "agir mais rapidamente e ter mais atenção para as necessidades do povo".
Ele mencionou as dificuldades de obtenção de passaportes e certidões de nascimento a tempo e um acúmulo de casos judiciais.
"Às vezes o governo é lento", disse Johnson aos repórteres ao refletir sobre seu ano no poder. "Estamos aprendendo o tempo inteiro."
Ele acrescentou que propostas a respeito do financiamento dos programas sociais para proteger as pessoas do risco de ter que vender a casa para cuidar da saúde serão apresentadas.
Quando lhe perguntaram por quanto tempo as pessoas terão que usar máscaras, Johnson respondeu que contará com o bom senso do povo britânico, mas não quis especular quando as medidas contra a Covid-19 serão relaxadas.
Johnson, que afirmou que os britânicos estão muito melhores do que qualquer nação europeia, com exceção de Malta, também disse que as pessoas deveriam perder peso.