DUBLIN (Reuters) - Conseguir um esquema inicial de vacinas contra a Covid-19 para grupos desprotegidos em todo o mundo deve permanecer como prioridade antes de oferecer vacinas de reforço para grupos vulneráveis, disse o diretor de emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mike Ryan, nesta terça-feira.
Um grande estudo divulgado nesta terça-feira descobriu que duas doses da vacina contra Covid-19 da Pfizer-BioNTech aparentemente ofereceram 70% de proteção contra internação na África do Sul nas últimas semanas, sugerindo uma eficácia mais fraca contra a nova variante Ômicron.
Ryan disse esperar que as atuais vacinas forneçam proteção significativa contra internação e morte, mas que os dados que chegam são muito preliminares e a OMS ainda não tem o suficiente para fazer uma determinação completa.
"As pessoas estão sempre perguntando se devemos fazer uma vacinação primária ou reforços, a realidade é que devemos fazer os dois", disse Ryan em um evento online.
"Devemos nos concentrar em fazer com que aqueles que não foram vacinados sejam vacinados o mais rápido possível e, então, ser capazes de dar doses de reforço àqueles pertencentes a grupos vulneráveis."
Ryan disse que a Ômicron provavelmente substituirá a Delta como a variante dominante mundialmente ao longo do tempo e que os governos precisam se concentrar em medidas básicas de proteção, como o uso de máscaras, e garantir que seus hospitais estejam preparados.
Mesmo que a Ômicron acabe sendo uma doença mais branda em um paciente individual, não há dúvida de que o rápido crescimento da força da infecção gerará mais hospitalizações nas próximas semanas apenas pelo peso dos números, acrescentou ele.
"Cada sistema de saúde precisa estar pronto", disse Ryan. "Provavelmente veremos uma onda de Ômicron muito grande. Precisamos proteger o sistema de saúde, precisamos proteger aqueles que amamos. Não é tão difícil assim, todo mundo sabe como fazer isso."
(Por Padraic Halpin)