Por Benoit Nyemba
KINSHASA (Reuters) - No centro de tratamento St. Joseph para a Covid-19 em Kinshasa, os pacientes estão deitados em quartos decrépitos e respirando oxigênio saído de tanques velhos. A clínica tem 38 leitos, e apenas um deles está livre.
Equipamentos médicos estão empilhados como sucata no quintal, e barracas são necessárias para lidar com a superlotação.
A República Democrática do Congo é o país com a menor taxa de vacinação contra a Covid-19 no planeta. Agora, uma quarta onda de coronavírus ameaça colocar uma pressão ainda maior no raquítico sistema de Saúde do país, mais do que em qualquer outro momento da pandemia.
"Nós passamos pelas três ondas anteriores gradualmente, mas na quarta onda os casos dispararam da noite para o dia", disse François Kajingulu, diretor do St. Joseph.
"Na segunda-feira tínhamos 5 ou 6 casos, e no sábado fomos direto de 30 para 36."
O aumento é parte de um surto em toda a África que viu os casos semanais de Covid-19 dispararem 83% em meados de dezembro, empurrados pelas variantes Delta e Ômicron, embora o número de mortes continue baixo, afirmou a OMS.
O Congo registrou 6.480 novos casos na semana do dia 13 de dezembro - mais do que o dobro do número atingido durante a última semana de recordes em junho, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.
(Texto de Alessandra Prentice)