Por Roxanne Liu e Se Young Lee
PEQUIM (Reuters) - Uma candidata a vacina contra coronavírus que a China está desenvolvendo pode não ficar pronta para ser vendida antes de 2021, já que os pesquisadores estão tendo dificuldade para passar para testes de larga escala com humanos devido à falta de infecções novas, disse um executivo veterano de uma empresa.
Os cientistas estão se apressando para encontrar uma proteção para o novo coronavírus, que já matou mais de 450 mil pessoas. Mais de 10 vacinas experimentais estão sendo testadas em humanos em todo o mundo.
Mas nenhuma delas já passou dos testes avançados de fase 3, que exigem milhares de participantes para determinar a eficiência de uma candidata a vacina.
A China, onde o vírus surgiu no ano passado, teve relatos de menos de 10 casos novos diários em média em maio, o que a torna menos favorável para um teste clínico avançado.
"Esperamos conseguir iniciar mais cooperações internacionais e realizar um teste clínico de fase 3 em vários centros para ajudar a levar a vacina ao mercado", disse o vice-presidente do China National Biotec Group (CNBG), Zhang Yutao, ao veículo de mídia estatal China News Service.
"A vacina não estará no mercado ao menos até o ano que vem, com base nos planos atuais", disse ele em uma entrevista transmitida na noite de quinta-feira.
Um novo surto na capital Pequim na semana passada infectou mais de 180 pessoas, mas Yang disse que o número de pacientes novos ainda é baixo demais em relação à população para a cidade ser um local de testes ideal.
O CNBG é uma filiada da estatal China National Pharmaceutical Group (Sinopharm). Uma das duas vacinas experimentais desenvolvidas por suas unidades mostrou alguns sinais promissores em testes avançados com humanos.
Na semana passada, a mídia estatal noticiou que a China estava oferecendo suas duas candidatas a vacina a servidores de estatais viajando ao exterior.