AMSTERDÃ (Reuters) - A corretora holandesa de criptomoedas Bitvavo disse neste sábado que está tentando recuperar 280 milhões de euros do Digital Currency Group (DCG), sediado nos EUA, e de suas subsidiárias.
A Bitvavo afirmou ter emprestado dinheiro à Genesis Global Capital, subsidiária do DCG, para poder oferecer aos próprios consumidores um produto no qual eles recebiam juros com seus tokens de criptomoedas.
A Genesis congelou saques em novembro após o colapso da FTX. Ela afirmou em carta a clientes no começo de dezembro que estava elaborando um plano para preservar ativos.
A FTX pediu falência em 11 de novembro, deixando estimados um milhão de clientes e investidores com dezenas d bilhões de dólares de prejuízo. O colapso reverberou pelo mundo cripto e fez com que a bitcoin e outros ativos digitais despencassem.
A Bitvavo afirmou que espera ser reembolsada ao longo do tempo, mas que tem fundos suficientes para cobrir os ativos de seus próprios clientes. Disse ainda que seus clientes não foram expostos e podem sacar todos os seus fundos a qualquer momento.
Um agente de relações públicas do DCG disse neste sábado que as contas em questão eram da Genesis, e não do próprio DCG.
"A Genesis detém as licenças regulatórias (dos EUA) necessários", afirmou, acrescentando que a Genesis é uma unidade independente.
Um porta-voz da Bitvavo disse que considera o DCG responsável pelos fundos inacessíveis.
"Estamos em discussões com várias entidades do grupo e, dada a mistura dentro do grupo, consideramos o DCG responsável pelo valor pendente", disse um porta-voz da Bitvavo.
A Bitvavo está registrada com o banco central holandês como uma fornecedora de serviços de ativos digitais para impedir lavagem de dinheiro, mas não é alvo de supervisão prudencial nem do DNB e nem da Autoridade de Mercados Financeiros da Holanda.
(Por Toby Sterling)