Durante uma entrevista a Peter McCormack, apresentador do podcast “What Bitcoin Did”, a CEO da ARK Investment Management, Cathie Wood, falou sobre sua entrada no mercado de criptomoedas. De acordo com Wood, sua primeira compra de Bitcoin (BTC) ocorreu em algum momento no ano de 2015.
A gestora afirmou que comprou BTC após ouvir um conselho de Arthur Laffer, conhecido pela criação da curva de Laffer. De maneira geral, a teoria da curva de Laffer afirma que a arrecadação do governo com imposto cai conforme a alíquota de impostos aumenta.
Wood conheceu o BTC antes de Laffer, mas apresentou a criptomoeda ao economista pedindo para que ele estudasse. De acordo com a gestora, a opinião de Laffer sobre o BTC foi sucinta: “Estou procurando por isso desde que saímos do padrão ouro”.
O economista completou dizendo que o BTC era um sistema monetário baseado em regras. Em seguida, Wood lhe perguntou quão grande o BTC poderia fica no futuro, ao que Laffer respondeu: “qual o tamanho da base monetária dos Estados Unidos?”
Ótimo conselho
Na ocasião, Wood disse que seguiu o conselho de Laffer e se expôs ao BTC. A princípio, ela comprou US$ 100 mil em BTC (cerca de R$ 520 mil em valores atuais) quando a criptomoeda valia cerca de US$ 250.
Ou seja, a compra teria resultado numa reserva de 400 BTC, com base nos preços citados por Wood. A gestora disse que jamais vendeu nenhum BTC desse investimento inicial. Portanto, isso significa que o patrimônio de Wood em BTC cresceu para US$ 7,6 milhões, ou quase R$ 40 milhões em valores atuais.
A ARK é uma gestora focada investimentos inovadores e disruptivos, por isso a tese do BTC faz total sentido em sua carteira. A gestora também possui ações de empresas ligadas ao setor de tecnologia, como Tesla (NASDAQ:TSLA), mas não tinha investimentos em BTC.
Isso porque na época que Cathie Wood conheceu o BTC, ainda não haviam muitos veículos para grandes investidores. E por causa da regulamentação dos EUA, a ARK não podia investir em nada que não fosse ações de tecnologia.
Posteriormente, a ARK finalmente conseguiu obter exposição ao BTC através do Grayscale Bitcoin Trust (GBTC). Seu fundo ARK Next Generation Internet Fund (ARKW) detém atualmente cerca de 5,9 milhões de ações do GBTC, avaliadas em aproximadamente US$ 67,4 milhões.
Wood continua otimista com o BTC e acredita que o GBTC está muito “barato” aos preços atuais. Neste momento, o fundo opera com desconto de 35% em relação ao preço do BTC. Mas Wood acredita que o fundo pode voltar a se valorizar caso a Grayscale consiga transformá-lo em um ETF de BTC.
De volta para a Coinbase (NASDAQ:COIN)
Além do BTC, a ARK voltou a ter exposição a ações de empresas ligadas a criptomoedas. O seu fundo Fintech Innovation Fund (ARKF) comprou 10.880 ações exchange Coinbase (COIN), elevando suas participações em ações para US$ 60,5 milhões, ou aproximadamente 8% do peso do fundo.
Com isso, a ARK realiza sua primeira compra de ações da Coinbase desde junho, de acordo com os registros na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). Em agosto, Wood, disse que o fundo reduziu suas participações na Coinbase por causa de uma investigação feita pela SEC contra a exchange.
No entanto, Wood e a ARK permaneceram bastante otimistas na Coinbase mesmo com as denúncias da SEC. e nas criptomoedas em geral. Os registros na SEC mostram que a ARK possui 7,7 milhões de ações da COIN e adicionou cerca de 2 milhões de ações às suas participações ao longo do ano passado.
Os registros mostram que em todas as compras de COIN da ARK, a gestora pagou um preço médio estimado de US$ 218,45.