Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - As autoridades monetárias vêm aumentando a regulamentação de stablecoins, estabelecendo requisitos de manutenção de ativos líquidos mais elevados, como dinheiro. Segundo a Julius Bär, as stablecoins devem continuar em circulação, mas provavelmente não serão as moedas dominantes do futuro.
Em nota aos clientes e ao mercado, Kelly Chia, Analista de Pesquisa de Ações na Ásia da Julius Bär, destaca que hoje as stablecoins são as criptomoedas mais negociadas, com maior abrangência devido ao contexto regulatório relativamente leve. “No entanto, os legisladores estão explorando regulamentações que reestruturariam o complexo combinado de stablecoin de valor de mercado de US$ 150 bilhões nos EUA, UE, Reino Unido, Japão e outros países”, pondera. "Como mais de quatro quintos dos bancos centrais avaliados pelo Bank of International Settlements no ano passado estão analisando ativamente a possibilidade de desenvolver seus próprios tokens, as autoridades monetárias podem em breve entrar na briga pela emissão de suas próprias moedas digitais”, completa.
Muitas das limitações visam fazer com que os emissores de tokens precisem atender as mesmas regras monetárias do que o mercado mais tradicional. “Os reguladores querem ter voz nos ativos que os provedores de stablecoin podem usar para financiar suas operações. Eles também planejam exigir divulgações mais completas e reservas totalmente garantidas (quase semelhantes aos bancos)”, destaca a analista.
Os esforços estão voltados principalmente aos principais emissores, como Circle, o emissor da stablecoin USDC, e Tether, que dominam 80% de todas as stablecoins em circulação. No entanto, as stablecoins circuladas por emissores menores devem ter ainda mais problemas, com exigências de divulgações mais frequentes e exigências maiores de reserva de ativos de menor risco.