O governo estadunidense ordenou que Benjamin Reynolds, diretor da extinta Control-Finance Ltd, pague R$ 3,13 bilhões por fraudes conduzidas pela pirâmide de criptomoedas.
A decisão foi emitida em 2 de março pela juíza federal Mary Kay Vyskocil. O parecer jurídico vem após quase dois anos sem retorno do empresário às intimações.
Penalidades e restituições
A quantia bilionária será dividida em valores aproximados de R$ 2,35 bilhões e R$ 784,3 milhões, destinados a penalidades e restituições, respectivamente.
Reynolds é acusado de operar uma pirâmide que movimentou mais de R$ 806,25 milhões em Bitcoin.
Na época, a Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities dos EUA (CFTC, sigla em inglês) atribuiu ao empresário a fraude de 22.858 BTC.
Segundo a CFTC, Reynolds enganou mais de 1.000 investidores com o seu esquema criminoso.
As vítimas acreditavam que o réu negociava as criptomoedas no mercado para gerar ganhos, o que a CFTC acusa de nunca ter sido feito:
“Control-Finance não negociava Bitcoin em nome dos clientes, não empregava investidores ou especialistas experientes. Nem pagava recompensas ou bônus por indicação, e retinha os depósitos de Bitcoin dos clientes para uso pessoal.”
Valores de mercado
Analisando o cenário, pode-se dizer que o prejuízo dos investidores foi além dos R$ 806,25 milhões.
Há 4 anos, quando o crime foi cometido, a moeda digital era cotada pouco acima de R$ 34,2 mil. No momento de escrita desta matéria, o BTC vale R$ 322,56 mil.
Trata-se de uma valorização de quase 842%. Caso Reynolds não tenha sacado o Bitcoin fraudado, o réu pode ter acumulado cerca de R$ 7 bilhões.
Novas medidas
Desde que fora acusado, Reynolds não respondeu às intimações das autoridades estadunidenses.
Em 2019, o governo dos EUA chegou a anunciar notificações em um jornal britânico, em tentativa de comunicação. Porém, não houve retorno.
Caso Reynolds não entre em contato com as autoridades, a CFTC poderá acessar quaisquer ativos do réu nos EUA. Além de recorrer à mesma solicitação em Tribunal do Reino Unido.
Em documentos judiciais, foram encontrados endereços que conectam a empresa e o acusado à cidade de Manchester, na Inglaterra.