Como noticiou com exclusividade o CriptoFácil, a FCoin, exchange chinesa de Bitcoin e criptomoedas, pode ser o primeiro grande golpe com BTC a ruir em 2020, à medida em que mais detalhes de sua suposta “falência” são revelados.
Nossa reportagem havia adiantado que, após uma série de interrupções em seus serviços, a empresa chinesa anunciou que não possuía mais liquidez para honrar as solicitações de saque de seus usuários, levantando a suspeita de um golpe.
Contudo, alguns dias após o sistema ficar inacessível, o CEO da empresa, Zhang Jian, declarou que havia sido ‘roubado’ por ex-funcionários com quem havia entrado em conflito. Segundo ele, todos os Bitcoins, bem como outras criptomoedas da plataforma, haviam sido levados pelos antigos empregados.
Relatório aponta que tudo foi orquestrado por Jian
No entanto, a história não ficou muito clara e um relatório recente da Anchain AI, chamado “Desligamento da Exchange FCoin: dificuldades técnicas ou fraude planejada?” levanta a possibilidade de que tudo foi orquestrado por Jian.
Além disso, o esvaziamento dos recursos da empresa teria começado em 2019 e seria de até 25 mil Bitcoins. De acordo com a Anchain AI, de 2019 a fevereiro de 2020, os recursos da carteira offline provavelmente foram transferidos para quatro outras exchanges – Gate.io, Binance, OKEx e Huobi – e depois para outras exchanges.
No total, mais de 25.350 BTC passaram pela carteira offline primária do FCoin, que a Anchain AI rotulou como “Fcoin_1”, em sua análise. Os últimos 54 BTC foram esgotados em uma transação enviada em 13 de fevereiro. Quatro dias depois, Jian fez o anúncio sobre a falta de liquidez da empresa. Ao longo do processo a carteira offline principal da FCoin transferiu 9.889 BTC para outra carteira controlada pela empresa, que depois dispersou os fundos por vários outros endereços.
Huobi foi a maior receptora dos BTC
A análise da IA da Anchain descobriu que, no início de 2019, o Fcoin estava transferindo centenas de Bitcoin para outras exchanges. Dos quatro maiores receptores, a Huobi, de que Zhang era o ex-CTO, recebeu mais. Por alguns meses em 2019, não houve transações para exchanges externas. No entanto, a atividade foi retomada setembro, com a OKEx se tornando o destino preferido para envio dos recursos dos clientes que deveriam ser mantidos “seguros”.
“Então, o encerramento do FCoin Exchange foi devido a dificuldades técnicas ou à culminação de uma fraude planejada? Somente a equipe do FCoin teria certeza”, disseram os pesquisadores no final do estudo.