Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão deveria considerar permitir que as taxas de juros de longo prazo se movam de forma mais flexível, mesmo mantendo uma política monetária ultrafrouxa, disse uma autoridade sênior do Fundo Monetário Internacional nesta sexta-feira.
O Banco do Japão pode mitigar a pressão sobre as instituições financeiras, permitindo que a extremidade mais longa da curva se mova mais sob sua política de controle de rendimentos de títulos, disse Ranil Salgado, chefe da missão do FMI no Japão.
Ao suprimir a extremidade mais curta da curva, como os custos de empréstimos de três a cinco anos, o banco central pode continuar oferecendo suporte suficiente à economia, mesmo que permita que as taxas de longo prazo subam mais, acrescentou.
"A política monetária deve permanecer expansionista por enquanto", disse Salgado em uma entrevista coletiva online sobre a política monetária do Japão. "Nosso conselho foi (para o Banco do Japão) considerar maior flexibilidade nos rendimentos de longo prazo", acrescentou ele.
Sob o controle da curva de rendimento, o banco central japonês orienta as taxas de curto prazo a -0,1% e o rendimento dos títulos de dez anos em torno de 0%.
Sua enorme compra de títulos para defender um limite de rendimento implícito de 0,5% estabelecido para o título de dez anos foi criticada por distorcer os preços dos títulos e tornar o mercado disfuncional ao secar a liquidez.