Panamá, 15 mai (EFE).- Só uma de cada quatro empresas na América Latina oferece estágios ou oportunidades trabalhistas a jovens de baixos recursos e sem experiência prévia, o que faz com que muitos optem por empregos informais, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A organização internacional, cuja sede para América Latina e Caribe fica localizada no Panamá, pediu às empresas que "façam um maior esforço para potencializar seus programas de estágios e outras modalidades para que os jovens possam ingressar à vida laboral".
"Com esta ação, não teriam a necessidade de recorrer ao setor informal, que está muito menos protegido e representa um maior risco de abuso, exploração e violência", indicou o Unicef no primeiro Relatório Regional "O que estão fazendo as empresas pela infância?".
O estudo, que foi elaborado em conjunto com a empresa de consultoria Deloitte, foi centrada na informação subministrada em 2017 por 267 empresas públicas e privadas de diferentes setores econômicos da Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai.
O relatório também revela que 81% das empresas apoiam iniciativas benéficas relacionadas com a infância e a adolescência, e que só 27% incorporaram nos contratos com seus provedores cláusulas relacionadas com a proibição do trabalho infantil.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) calcula que atualmente existem na região 10,5 milhões de crianças ou adolescentes que trabalham, o que representa uma redução de 9,5 milhões com relação a 2000.
O trabalho do Unicef e da Deloitte revela, além disso, que apenas 37% das companhias indagadas contam com sala de lactação e que unicamente 9% das empresas oferecem algum centro de cuidado infantil.