Buenos Aires, 13 jun (EFE).- O Ministério de Finanças da Argentina comunicou nesta quarta-feira que anunciará "em breve" um programa de venda de "até US$ 7,5 bilhões" provenientes do empréstimo estipulado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para "apoio orçamentário".
"O programa consistirá em vendas diárias pré-anunciadas que serão executadas de um mecanismo de leilões realizados pelo Banco Central (BCRA) a pedido do Tesouro", destaca um comunicado divulgado pela pasta.
A iniciativa procura suprir as necessidades de pesos argentinos do mercado cambial, que está marcado por uma forte queda da moeda nacional frente à moeda americana e ao euro.
No último dia 7, o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, acompanhado do presidente do BCRA, Federico Sturzenegger, anunciou os detalhes do acordo em "stand by" por três anos com o FMI por US$ 50 bilhões, aos quais serão somados US$ 5,65 bilhões fornecidos por outros organismos, para diminuir a inflação, conseguir equilíbrio tributário e evitar uma crise.
Em entrevista coletiva, foi explicado que os fundos estarão disponíveis a partir de 20 de junho, quando se dará o primeiro desembolso, por cerca de US$ 15 bilhões que serão aplicados para reforçar as verbas orçamentárias e as reservas do Banco Central.
O governo tinha solicitado negociar um acordo com o FMI no início de maio, em meio às fortes turbulências financeiras que fizeram com que o peso argentino tenha caído quase 30% em relação ao dólar em dois meses, o que fez o BCRA perder mais de US$ 7 bilhões de reservas monetárias.
Apesar de ter destacado que o plano inclui manter um regime de taxa de câmbio flutuante, nesta terça-feira a entidade bancária teve que voltar a intervir vendendo no mercado de divisas US$ 695 milhões para conter a tendência de baixa do peso argentino que voltou a ser registrada desde a última sexta-feira, depois de serem divulgados os detalhes do acordo.
Ao mesmo tempo em que o governo tornava pública sua iniciativa de vender "até US$ 7,5 bilhões" do empréstimo para "apoio orçamentário", a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, aplaudia em Washington os "ambiciosos objetivos fiscais" e "metas de inflação realista" do plano da Argentina para solicitar o resgate.
Lagarde informou que as autoridades argentinas solicitaram que "um terço" do apoio seja desembolsado com a aprovação do programa e que a metade desse montante (US$ 7,5 bilhões) esteja disponível para apoio orçamentário", e que o resto seja tratado com caráter precautório.
Está previsto que o acordo entre a Argentina e a organização seja aprovado formalmente em 20 de junho.