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BC surpreende e encerra ciclo de corte dos juros diante de cena externa pior

Publicado 16.05.2018, 19:15
© Reuters. Sede do Banco Central do Brasil em Brasília, Brasil

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central surpreendeu ao manter nesta quarta-feira a taxa básica de juros em 6,50 por cento ao ano, justificando que o cenário externo tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade, apesar de reconhecer que a atividade econômica do país perdeu força e o comportamento da inflação continua favorável.

"A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais", afirmou o BC em comunicado, em meio ao movimento que levou à forte valorização do dólar nas últimas semanas.

Quarenta de 42 economistas consultados pela Reuters esperavam corte de 0,25 ponto na Selic, ao passo que apenas dois previam manutenção do patamar de 6,5 por cento ao ano. [nL1N1SH1UF]

Com a decisão, o BC antecipou o fim do ciclo de afrouxamento monetário que estava sendo esperado para junho. No total, foram 12 tesouradas na Selic, somando 7,75 pontos percentuais, em meio à fraca atividade econômica e inflação baixa.

A decisão teve como pano de fundo a recente disparada do dólar frente ao real, causada pelos temores dos mercados com as eleições presidenciais deste ano e de que os juros nos Estados Unidos podem subir mais do que o esperado.

O dólar, desde o encontro do Copom de março até agora, já acumulou valorização de mais de 12 por cento sobre o real, movimento que tende a gerar pressão inflacionária à frente.

"Choques externos devem ser combatidos apenas no impacto secundário que poderão ter na inflação prospectiva", trouxe o Copom. "Esses choques, entretanto, podem alterar o balanço de riscos ao reduzir as chances de a inflação ficar abaixo da meta no horizonte relevante, por meio de seus possíveis efeitos secundários", complementou.

"Quando você lê o comunicado, tem uma mudança importante no (cenário) externo que explica essa decisão", disse o chefe de economia e estratégia do Bank of America no Brasil, David Beker, um dos que acertaram o movimento do BC na pesquisa Reuters. Ele acrescentou que vê a Selic subindo somente no início de 2019.

O BC também informou que, para as próximas reuniões, via como adequada a manutenção da taxa de juros.

"O peso do chamado choque externo foi maior do que a piora da atividade e da inflação, tanto corrente como nas expectativas. O ponto foi o choque cambial e não tenho a menor dúvida que eles não quiseram se arriscar", afirmou o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves.

"A Selic fica parada neste patamar e dependerá do efeitos do câmbio sobre a inflação, e isso está em aberto diante da atividade fraca. Continuo achando que a Selic só volta a subir em 2019", acrescentou.

O BC também reduziu sua projeção de inflação a 3,6 por cento em 2018, ante 3,8 por cento em seu último cálculo, pelo cenário de mercado. Para 2019, a conta também caiu a 3,9 por cento, contra 4,1 por cento antes. Este cenário levou em conta a Selic fechando 2018 em 6,25 por cento e 2019 em 8 por cento, com o dólar a 3,40 reais ao cabo dos dois anos.

Mas o BC também inovou e voltou a apresentar seus cálculos no cenário de referência, que mostrou a inflação mais perto da meta quando considerada a manutenção do atual cenário.

Com juros constantes a 6,50 por cento ao ano e taxa de câmbio constante a 3,60 reais, as projeções do BC apontaram alta do IPCA em torno de 4 por cento para 2018 e 2019.

O centro da meta de inflação é de 4,5 por cento este ano e 4,25 por cento no próximo, nos dois casos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Na pesquisa Focus mais recente, feita pelo BC junto a uma centena de economistas todas as semanas, a perspectiva para o avanço do IPCA neste ano estava em 3,45 por cento e 4 por cento no ano que vem. [nL2N1SL0AE]

© Reuters. Sede do Banco Central do Brasil em Brasília, Brasil

Já para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o cálculo era de 2,51 por cento em 2018, sendo que no começo do ano as contas estavam em torno 3 por cento.

(Com reportagem adicional de Bruno Federowski; Edição de Patrícia Duarte)

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