RIO DE JANEIRO (Reuters) - O BNDES teve lucro líquido de 2,06 bilhões de reais no primeiro trimestre, valor mais que cinco vezes maior que o resultado positivo de 373 milhões obtido um ano antes, afirmou o banco de fomento nesta segunda-feira.
O resultado foi ancorado pela reversão de despesa de provisão para risco de crédito e por venda de participações societárias detidas pela BNDESPar.
"A expectativa é de melhora na economia, melhora da saúde financeira das empresas e, aí, o provisionamento nosso reduziu", disse a jornalistas o superintendente de gestão de risco do BNDES, Maurício Chacur.
No primeiro trimestre do ano passado, o BNDES registrou 3,3 bilhões de reais em provisões para perdas com inadimplência, um salto de 279 por cento sobre a mesma etapa de 2016. Na ocasião, executivos do banco citaram a elevação "refletiu a percepção de piora acentuada de alguns clientes".
No primeiro trimestre, o BNDES captou 831 milhões de reais com vendas de participações societárias. O principal desinvestimento pela BNDESpar foram ações da Petrobras (SA:PETR4), que foi responsável por mais de 90 por cento do resultado com alienações. Com isso, a participação do BNDES na petrolífera caiu de 16,54 para 15,98 por cento.
"Temos uma questão regulatória de reduzir exposição pelo banco que vai mediando sua carteira sob sua perspectiva de retorno e achamos que ali tinha uma perspectiva de uma parcela de retorno", disse o diretor de compliance do BNDES, Marcelo Siqueira.
A inadimplência do BNDES em operações vencidas há mais de 30 dias subiu no primeiro trimestre para 2,24 por cento ante 2,12 por cento no final de dezembro. Já a inadimplência de mais de 90 dias baixou para 1,62 por cento ante 2,08 por cento no mesmo período.
Segundo os diretores do BNDES, a maior parte o aumento da inadimplência de curto prazo do banco no primeiro trimestre foi gerada pelo Estado do Rio de Janeiro, cujos créditos estão sendo honrados pela União. Sem o Estado, a inadimplência de mais de 30 dias do BNDES baixaria de 2,24 para 0,98 por cento e o percentual de calotes de mais de 90 dias cairia para 0,36 por cento.
(Por Rodrigo Viga Gaier)