Investing.com - Há uma grande quantidade de relatórios econômicos na semana que se inicia, já que o calendário rola de maio para junho, com destaque para o relatório mensal de empregos dos EUA.
Além dos dados de emprego, o calendário da semana encurtada pelo feriado também traz um relatório sobre a inflação dos gastos de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) - a métrica preferida do Federal Reserve para a inflação.
Os mercados nos EUA permanecerão fechados nesta segunda-feira devido ao Memorial Day.
Do outro lado do Atlântico, investidores se concentrarão na primeira estimativa dos números da inflação da zona do euro, que provavelmente darão sustentação à decisão do Banco Central Europeu (BCE) de não apressar a retirada dos estímulos.
Já na Ásia, participantes do mercado estarão atentos aos dados mensais sobre o setor industrial da China em meio a recentes sinais de que a força da segunda maior economia do mundo permanece forte.
Com relação a bancos centrais, um anúncio de política monetária do Banco do Canadá estará na agenda, embora nenhuma mudança seja esperada.
O mercado também terá que navegar por outras coisas que o preocuparão na próxima semana, como novos desdobramentos nas negociações comerciais entre os EUA e a China, assim como a reunião planejada por Donald Trump, presidente norte-americano, com Kim Jong Un, líder norte-coreano, que está prevista para o mês que vem.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Relatório de Empregos dos EUA
O Departamento de Trabalho dos EUA divulgará seu relatório de maio sobre folhas de pagamento não agrícolas na próxima sexta-feira às 09h30 e a atenção sobre ele será dada mais sobre o que será dito quanto a salários do que quanto a contratações.
O consenso das projeções é de que os dados mostrarão que houve criação de 190.000 empregos neste mês na sequência do aumento de 164.000 em abril, ao passo que a taxa de desemprego tem projeções de ficar em 3,9%, mínima de quase 18 anos atingida em abril.
Entretanto, a maior parte das atenções provavelmente se voltará aos números relativos à média de ganhos por hora, que devem ter subido 0,3% após um aumento de 0,1% no mês anterior.
Em base anual, as projeções para os salários são de aumento de 2,7%, um pouco mais do que o aumento de 2,6% registrado em abril.
2. Dados da inflação de despesas de consumo pessoal dos EUA
O Departamento de Comércio dos EUA divulgará às 09h30 da próxima quinta-feira dados sobre renda pessoal e despesas pessoais em abril, que incluem os dados da inflação das despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), a métrica preferida do Fed para inflação.
O consenso das projeções indica que o relatório mostrará que o núcleo do índice de preços PCE subiu 0,1% no mês passado após ter subido 0,2% no mês anterior.
Em base anual, espera-se que o núcleo dos preços PCE tenha subido 1,8%, o que se compara ao aumento de 1,9% no mês precedente.
O Fed utiliza o núcleo PCE como ferramenta para ajudar a determinar se eleva ou abaixa as taxas de juros com o intuito de manter a inflação na taxa de 2% ou abaixo disso.
O calendário desta semana também traz a segunda estimativa do crescimento do PIB no primeiro trimestre na quarta-feira, que deverá confirmar que a economia cresceu 2,3% nos primeiros três meses do ano.
Os dados sobre a confiança do consumidor do CB, folhas de pagamento do setor privado da ADP, vendas de automóveis, balança comercial, gastos com construção e o PMI da atividade industrial do ISM também estarão na agenda.
Os investidores já precificaram totalmente o aumento dos juros na próxima reunião de política monetária do Fed, em 12 e 13 de junho, de acordo com o Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com. No entanto, Wall Street permanece dividida a respeito de quantas vezes mais o banco central aumentará as taxas de juros depois disso.
A probabilidade de mais três aumentos de taxa até o final deste ano, em vez de dois, diminuiu significativamente após as atas da reunião de maio do Fed, divulgadas na semana passada, terem sido vistas como mais pacíficas do que o esperado pelo mercado.
3. Números da inflação da zona do euro
A zona do euro publicará seus números da inflação em maio às 06h00 da próxima quinta-feira.
O consenso das projeções é de que o relatório irá mostrar que os preços ao consumidor subiram 1,6%, mais do que o aumento de 1,2% de abril.
Talvez, de forma mais significativa, os números do núcleo da inflação, sem os preços voláteis de energia e alimentos, têm projeções de alta de 1,0% a partir de 0,7% no mês anterior.
Alemanha, França, Itália e Espanha divulgarão seus relatórios próprios de IPC ao longo da semana.
Decisores do BCE estavam recentemente preparando os mercados para o fim do maciço programa de estímulo do banco central. No entanto, alguns analistas começaram a expressar dúvidas de que a instituição irá endurecer a política monetária como desejado devido à recente fraqueza nos indicadores econômicos.
O surgimento de uma coalizão populista eurocética formada na Itália pesou ainda mais sobre essas expectativas.
A próxima reunião de política monetária do BCE deverá ocorrer em 14 de junho.
4. PMI industrial da China
A Federação de Logística e Compras da China divulgará dados sobre a atividade do setor manufatureiro em maio às 22h00 de quarta-feira em meio a expectativas de uma leitura de 51,4, a de abril.
Na sequência, haverá a divulgação do índice industrial Caixin, que se concentra principalmente em pequenas e médias empresas e está previsto para ser divulgado às 22h45 da próxima quinta-feira. Espera-se que o estudo tenha redução de 0,2 ponto, de 51,1 para 51,3.
O índice da atividade dos gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) é visto como um bom indicador das condições econômicas e alguns analistas o preferem ao produto interno bruto, que pode ser afetado por ajustes sazonais ruins e é propenso a revisões.
Qualquer valor acima de 50,0 aponta expansão, ao passo que leituras abaixo de 50,0 indicam contração na indústria.
A economia da China cresceu 6,8% no quarto trimestre em comparação ao ano anterior, apoiada por uma recuperação no setor industrial, um mercado imobiliário resiliente e crescimento forte das exportações.
5. Decisão do Banco do Canadá sobre taxa de juros
Espera-se amplamente que o Banco do Canadá (BoC, na sigla em inglês) mantenha as taxas de juros estáveis em 1,25% na conclusão da reunião desta semana, já que a cautela é necessária devido à política comercial incerta e ao endividamento dos consumidores.
A decisão de política monetária do BoC deve ser apresentada às 11h00 da próxima quarta-feira, e os mercados financeiros estão apostando em apenas cerca de 30% de chances de um aumento.
O banco central elevou as taxas três vezes desde julho de 2017, mas não tomou nenhuma medida em suas duas últimas reuniões, já que a economia teve um início medíocre em 2018 em comparação com a taxa de crescimento robusta do ano passado.
Os decisores da instituição também estão observando de perto como os canadenses e o mercado imobiliário, já altamente endividados, se ajustam aos custos mais altos de crédito, e como a incerteza sobre o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA, na sigla em inglês) restringiu o investimento das empresas.
Os números do PIB canadense, que devem ser divulgados na quinta-feira, também irão chamar a atenção.
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