Por Akram Walizada
KABUL (Reuters) - A capital do Afeganistão, Kabul, reagiu com desespero e medo neste domingo, um dia após um ataque suicida à bomba matar mais de 100 pessoas e ferir pelo menos 235, no pior ataque visto na cidade em meses.
Havia um misto de raiva e impotência com o que parece ser uma onda sem fim de ataques, após uma ambulância cheia de explosivos explodir sobre uma lotada rua da capital, à medida que autoridades de segurança alertavam que mais ataques são possíveis.
"Como nós vamos viver? Para onde nós vamos?", perguntava-se o lojista Mohammad Hanif, que estava em seu comércio próximo do local da explosão no momento do ataque.
"Nós não temos segurança, nós não temos sequer um governo direito, o que nós deveríamos fazer?".
O ministro do Interior, Wais Barmak, disse que o número de mortos subiu para ao menos 103, com 235 feridos. Ele disse que ao menos dois veículos pintados como ambulâncias se envolveram no ataque e que um deles explodiu quando foi parado pela polícia em um ponto de checagem.
O ataque foi reivindicado pelo Talibã, uma semana após o grupo conduzir um outro ataque mortal sobre o Hotel Intercontinental em Kabul, em uma resposta calculada à nova estratégia para o Afeganistão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"O Emirado Islâmico tem uma mensagem clara para Trump e seus bajuladores: se você for adiante com uma política de agressão... não espere que os afegãos cultivem flores em resposta a isso", afirmou em um comunicado o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, utilizando um termo do grupo para se referir a si mesmo.
Trump, que no ano passado mandou mais tropas norte-americanas ao Afeganistão e ordenou um aumento em ataques aéreos e assistência às forças afegãs, disse que o ataque "renova nossa decisão e a de nossos parceiros afegãos".
O ataque foi o pior visto na capital afegã desde um incidente com um caminhão bomba próximo à embaixada alemã que matou 150 pessoas em maio do ano passado.
(Reportagem adicional de James Mackenzie, Robert Birsel e Hamid Shalizi)