Pequim, 1 jun (EFE).- A China mostrou nesta sexta-feira vontade de trabalhar com todos os países para promover o multilateralismo e o crescimento econômico, perante o anúncio dos Estados Unidos de manter as tarifas de importação de aço e alumínio à União Europeia (UE), Canadá e México, medida que qualificou de "indiscriminada".
"É verdade que muitos países estão preocupados com esta amostra indiscriminada de protecionismo e unilateralismo", lamentou em entrevista coletiva em Pequim uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.
"Acreditamos que todos os países, especialmente as economias desenvolvidas, devem aplicar o multilateralismo perante estas ações indiscriminadas que não são construtivas", acrescentou.
A porta-voz pediu a todos os países que se oponham às medidas dos Estados Unidos e apliquem o sistema internacional de comércio, "aberto e transparente", que tem como centro a Organização Mundial de Comércio (OMC).
Estas declarações foram feitas um dia depois que o secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, que chegou a Pequim na quarta-feira junto a uma delegação de 50 membros para seguir com as negociações entre China e EUA sobre a tensão comercial, anunciou que manterá as tarifas para essas três regiões.
"Decidimos não estender a isenção para a UE, o Canadá e o México, por isso que estarão sujeitos às tarifas de 25% e 10%" ao aço e ao alumínio, indicou Ross na quinta-feira em uma conferência telefônica com jornalistas, acrescentando que estas taxas estarão vigentes desde hoje, 1 de junho.
Há um mês, Washington decidiu outorgar à UE, ao Canadá e ao México uma suspensão temporária das tarifas dada sua qualidade de parceiros estreitos e para dar mais tempo às negociações.
Ross sublinhou que embora "tenha ocorrido avanços nas conversas com a UE", estes não foram suficientes "para manter as isenções temporárias ou atingir isenções definitivas".