PEQUIM (Reuters) - A China manterá o apoio político à economia, que ainda enfrenta "pressões negativas" e dificuldades após um crescimento melhor que o esperado no primeiro trimestre, disse nesta sexta-feira um importante órgão de decisão do Partido Comunista.
O comunicado do politburo ocorre dois dias após a China ter registrado um crescimento anual de 6,4 por cento no trimestre de janeiro a março, desafiando as expectativas de uma nova desaceleração, com a produção industrial subindo acentuadamente e a demanda dos consumidores mostrando sinais de melhora.
"Embora afirmando plenamente as conquistas, devemos ver claramente que ainda há muitas dificuldades e problemas nas operações econômicas", afirmou a agência de notícias oficial Xinhua, citando uma reunião do politburo comandada pelo presidente da China, Xi Jinping.
"O ambiente econômico externo está se contraindo no geral e a economia doméstica está sob pressão descendente".
A China implementará ajustes anticíclicos "de maneira oportuna e apropriada", enquanto a política fiscal pró-ativa se tornará mais contundente e eficaz, e a política monetária prudente não será nem muito apertada nem muito frouxa, disse.
Para este ano, o governo chinês divulgou cortes de impostos e taxas no valor de 2 trilhões de iuanes (298,35 bilhões de dólares) para aliviar o peso sobre as empresas, enquanto o banco central reduziu as reservas compulsórias cinco vezes desde o início de 2018 para estimular os empréstimos.
Mais medidas de flexibilização política são amplamente esperadas.
Nesta sexta-feira, o politburo reiterou que o governo chinês apoiará efetivamente a economia privada e o desenvolvimento de pequenas e médias empresas.
O crescimento econômico da China deve desacelerar para uma mínima recorde em quase 30 anos de 6,2 por cento neste ano, mostrou uma pesquisa da Reuters na semana passada, à medida que a demanda fraca no país e no exterior pesa sobre a atividade, apesar de uma enxurrada de medidas de apoio.
(Reportagem da Redação de Pequim e Kevin Yao)