Por Ed Davies e Sumeet Chatterjee e Gayatri Suroyo
NUSA DUA, Indonésia (Reuters) - Após sofrer meses de saída de capital, autoridades de mercados emergentes que participaram das reuniões do FMI e do Banco Mundial na Indonésia apresentaram uma mensagem para as principais economias: as atuais políticas comerciais e monetária são um risco para todos nós.
Os encontros do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial encerrados no domingo deram a membros de bancos centrais e ministros das Finanças de todo o mundo uma chance de se encontrarem frente a frente na Indonésia, cuja rúpia despencou para nova mínima de 20 anos nesta semana.
Mercados emergentes mais pobres e populosos têm estado particularmente vulneráveis à intensificação da guerra tarifária entre Estados Unidos e China e aos aumentos dos juros pelo banco central norte-americano. Investidores descartaram ativos considerados mais arriscados, provocando dolorosas quedas cambiais que afetaram países como Índia e África do Sul, além de causar crises na Turquia e Argentina.
"Estamos todos cientes de que a normalização da política monetária nos EUA, combinado com a política fiscal política comercial deles...estão criando um impacto sistêmico a toda a economia do mundo", disse a ministra das Finanças indonésia, Sri Mulyani Indrawati, em entrevista durante as reuniões em Bali.
O ciclo de aperto monetário de quase três anos do Federal Reserve tem em parte levado a uma mudança global tirando o capital dos mercados emergentes e, após três aumentos de juros este ano, o Fed prevê nova alta em dezembro, três mais no próximo ano e uma em 2020.
Ministros de Finanças de países em desenvolvimento do Grupo de 24 economias pediram às principais economias que reformem o sistema comercial global, em vez de descartá-lo.
O comunicado do G24, divulgado durante as reuniões em Bali, disse que todos os mercados emergentes foram "afetados negativamente" pela excessiva volatilidade de fluxo de capital.
Embora muitos países compartilhem de temores comuns, Indrawati afirmou ser difícil estabelecer uma cooperação para conter os riscos.
"Não está realmente claro como o mundo vai coordenar mais efetivamente, especialmente quando cada país tem suas próprias questões domésticas", disse ela.