EDIMBURGO (Reuters) - A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, disse nesta terça-feira que o Parlamento escocês não irá concordar com a legislação necessária para manter os planos britânicos para o Brexit no caminho certo, apresentando outro difícil obstáculo para o governo britânico.
O governo da primeira-ministra britânica, Theresa May, indicou na segunda-feira que não fará mais concessões a Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, que temem perder poderes em um realinhamento constitucional depois que o Reino Unido deixar a União Europeia.
As nações descentralizadas do Reino Unido não têm poder de veto sobre a legislação do Brexit, mas ignorar suas vontades arrisca piorar relações já tensas, alimentando o nacionalismo na Escócia, e complicando ainda mais o já difícil processo de saída da União Europeia.
"Eu não irei assinar algo que, efetivamente, mina toda a fundação sobre a qual a descentralização é construída", disse Nicola Sturgeon, cujo partido defende a independência da Escócia, à rádio BBC. Como as coisas estão agora, seu governo não pode recomendar a aprovação do projeto de lei, disse.
O ministro-chefe do Gabinete do Reino Unido, David Lidington, disse na segunda-feira que a maior parte dos poderes atualmente descentralizados iria permanecer automaticamente em Edimburgo, Cardiff e Belfast, as capitais das nações descentralizadas, depois que o Reino Unido deixar a União Europeia.
Mas o governo britânico fará exceções se acreditar que isso irá prejudicar o Reino Unido como um todo, disse, em comentário que provocou insatisfação na Escócia e que pareceu reverter o progresso alcançado entre os dois lados na última semana.
(Reportagem de Elisabeth O'Leary)