Investing.com - A secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, defendeu a aprovação do texto atual da reforma da Previdência em tramitação na Câmara dos Deputados como uma forma de agilizar o necessário ajuste fiscal defendido pelo governo eleito.
“Tempo é importante e isso [a aprovação] economizaria seis meses do novo governo”, disse a secretária em evento com investidores promovido pelo BTG Pactual.
Segundo ela, o foco total do governo deveria estar no Congresso para aprovar medidas de redução das despesas e, assim, promover o ajuste fiscal e cumprir o teto de gastos “A sociedade não aceita mais financiar esse déficit”, disse ao rejeitar uma possibilidade de aumento de impostos.
A meta de déficit primário do governo federal para 2018 é de R$ 159 bilhões, mas o mercado prevê que as contas públicas fecham o ano com um déficit de R$ 137,26 bilhões, de acordo com o boletim de outubro Prisma Fiscal , publicado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. As estimativas são de analistas do mercado ouvidos pela Secretaria. A previsão para 2019 é de um rombo da ordem de R$ 117 bilhões, abaixo da meta de R$ 139 bilhões.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, adotou tom semelhante e disse que, sem a aprovação da revisão das regras de aposentadoria, não haverá ajuste fiscal e não será possível pagar os benefícios no futuro.
Mansueto deverá seguir no comando do Tesouro em 2019 no governo Bolsonaro, trabalhando diretamente com o futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes. Já Vescovi era cotada para assumir a presidência da Caixa Econômica Federal, que vai ser comandada por Pedro Guimarães em anúncio da equipe econômica do presidente eleito Jair Bolsonaro.