Nova York, 1 mar (EFE).- O juiz de Nova York, Thomas Griesa, adiou indefinidamente nesta terça-feira sua decisão de suspender as medidas cautelares contra a Argentina que lhe impedem de pagar os fundos com os quais mantém um litígio histórico de bilhões de dólares.
Em uma audiência de duas horas, Griesa escutou a maioria dos representantes legais dos litigantes reivindicar mais 30 dias ao juiz para continuar negociando, apesar do princípio de acordo alcançado ontem com os fundos de maior magnitude.
Até 14 representantes legais expuseram seu ponto de vista sobre os acordos com a Argentina propiciados pelo mediador Daniel Pollack nas últimas semanas.
Dez desses representantes, incluindo os de NML Capital, Aurelius, Blue Angel e Olifant, que representam 65% do dinheiro em jogo, assim como pequenos fundos que não tiveram sequer a oportunidade de sentar-se ainda para negociar, pediram mais quatro semanas ao juiz.
No caso dos grandes litigantes, os advogados expressaram sua preocupação de que os pequenos fundos consigam acordos de pagamento melhores, uma conjuntura que, se ocorresse, os levaria a abandonar o acordo, ameaçou o advogado do Aurelius, Edgar Friedmans.
No caso dos litigantes que representam menor quantidade de dívida no conjunto do caso, os advogados que os representam pediram sua oportunidade para sentar-se para negociar.
O juiz, que escutou pacientemente cada um deles, respondeu que se "reservava" por enquanto uma decisão e adiava a sessão até novo aviso.
Na audiência também esteve presente e atento, embora sem qualquer intervenção, o mediador Pollack, nomeado pelo próprio Griesa para acelerar um acordo fora da sala de audiência.
Pollack anunciou ontem, após anos de disputa judicial e meses de negociações, um pacto que fixa em US$ 4,653 bilhões o valor que a Argentina deverá pagar aos quatro principais fundos especulativos.
O mediador explicou que a Argentina tem como prazo limite para realizar os pagamentos até o próximo dia 14 de abril.