Paris, 7 jul (EFE).- A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, defendeu neste sábado que a zona do euro se dote de "uma capacidade orçamentária centralizada", que pode ir acompanhada de "disciplinas" para evitar as inquietações que suscita em países como a Alemanha.
Lagarde, que discursou nos Encontros Econômicos de Aix-en-Provence (sudeste da França), insistiu que essa capacidade orçamentária pode ser colocada em andamento sem que se transforme em "uma política sistemática de transferência" de fundos dos países ricos para os mais pobres.
Isso seria possível, segundo a diretora-gerente do FMI, mediante regras para o reembolso das ajudas concedidas.
O objetivo de um orçamento comum, explicou Lagarde, é gerar "a expressão de uma soberania política na zona do euro" para fazer frente a impactos como o produzido com a última crise e não voltar a deixar a gestão somente para o Banco Central Europeu (BCE).
A ex-ministra de Finanças francesa defendeu igualmente a consolidação da união bancária com mecanismos de solidariedade entre as entidades financeiras que evitem a transferência aos Estados dos problemas que possam ter.
Nesse sentido, Lagarde ressaltou "a necessidade de um mercado europeu de capitais" que não se aperte como agora aos limites de cada país, para que as empresas possam financiar-se.
Lagarde, que discursou em uma mesa-redonda sobre a Europa como solução, lembrou que a UE ofereceu benefícios aos cidadãos e às empresas por efeito da unidade de mercado e da livre circulação.
Com sua experiência internacional se esforçou em assinalar que "os europeus juntos constituem uma força" e que, quando se trata de discutir e de negociar com China, Índia ou Estados Unidos, "a voz dos europeus pesa", enquanto quando cada país vai pelo seu lado e "perde sua força".