Investing.com - A LatinFocus divulgou a atualização de sua análise da situação econômica para a América Latina, destacando que as perspectivas do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) desses países foram revistas, em sua maioria para baixo, indicando um cenário mais complicado no segundo trimestre do ano. A estimativa do PIB brasileiro foi cortada de 2,5% para 2,1% em 2018.
O documento ressalta que a recuperação perdeu força como a incerteza com a eleição presencial que se aproxima. Os números fracos do PIB do primeiro trimestre foram, em parte, motivados por ter menos dias úteis do que no mesmo período em 2017.
Além disso, a greve nacional pelo sindicato dos caminhoneiros, sobre o preço do diesel, paralisou setores-chave da economia. Para terminar o protesto, o governo teve que retroceder nas medidas de austeridade, oferecendo concessões de US$ 2,6 bilhões estimados em concessões.
Para a LatinFocus, o movimento ilustra o ambiente político desafiador dentro do qual reformas duras precisam ser aprovadas para corrigir as contas do governo esgotadas. Na avaliação da consultoria, um presidente de mente reformista com capital político para aprovar a legislação é a chave para melhorar a saúde da economia. No entanto, até agora centro e candidatos reformistas não têm um bom desempenho nas pesquisas antes às eleições gerais de outubro.
Diante disso, o painel FocusEconomics cortou em 0,4 pontos percentuais a previsão de crescimento do país para 2,1%, em meio a elevadas incertezas, a greve dos caminhoneiros e a fracos dados econômicos dados.
O levantamento estima agora que o PIB da América Latina deva crescer 1,9% em 2018, sendo que um mês atrás a aposta era de 2,2%. Este resultado é consequência da revisão os dados da Argentina e do Brasil, com quedas de 0,6 pontos percentuais e de 0,4 pontos percentuais, respectivamente.
A publicação destaca o impacto da greve dos caminhoneiros no Brasil, mas destaca que a inflação baixa e os preços das matérias-primas devem garantir um ritmo ainda positivo para o restante do ano.
Na avaliação dos analistas, as questões políticas e comerciais permanecem como os principais riscos para as perspectivas da região. Em 2019, o crescimento é visto subindo para 2,6%.
Além dos downgrades para as previsões da Argentina e do Brasil, Uruguai e Venezuela também viram suas perspectivas para 2018 piorarem este mês por fatores relacionados com o clima afetado o setor agrícola, além da grave crise venezuelana.