Por Alastair Macdonald e Conor Humphries
BRUXELAS/DUBLIN (Reuters) - Os negociadores do Reino Unido estavam envolvidos em conversas de última hora com seus colegas da União Europeia e da Irlanda nesta segunda-feira na tentativa de acertar um acordo para o Brexit, como é conhecida a desfiliação britânica da UE, que a primeira-ministra britânica, Theresa May, pode aceitar durante um almoço em Bruxelas.
Londres concordou, em linhas gerais, com muitos dos termos da separação do bloco, incluindo o pagamento de cerca de 50 bilhões de euros, mas as questões dos direitos dos cidadãos expatriados e da fronteira entre o Reino Unido e a UE na ilha da Irlanda continuam indefinidas, disseram diplomatas.
Autoridades de Bruxelas e diplomatas pareciam cada vez mais confiantes em um acordo durante o final de semana, mas alertaram que muito dependerá do desfecho das conversas de May durante o almoço.
"Tenho um bom pressentimento, mas não prejulgarei o resultado", disse um diplomata veterano em Bruxelas.
May espera que suas conversas com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e seu negociador do Brexit, Michel Barnier, que devem começar às 13h15 locais, consigam persuadir os outros 27 líderes da UE de que se obteve "progresso suficiente" nos termos da separação para que eles concordem em iniciar debates sobre a futura relação comercial na semana que vem.
No dia 15 de dezembro eles realizarão uma cúpula a cargo do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, com quem May agendou uma reunião para as 16h, depois de seu almoço com Juncker.
Dublin, apoiada pelo restante da UE, quer garantias convincentes de que Londres se comprometerá a manter os regulamentos comerciais na Irlanda do Norte como no resto do bloco para evitar uma "fronteira dura" que poderia perturbar a paz na Irlanda.
"Com sorte encontraremos um caminho adiante hoje", disse o ministro das Relações Exteriores irlandês, Simon Coveney, à emissora estatal RTE antes de uma reunião de gabinete para debater a questão antes das conversas de May.
No Parlamento, a premiê depende de um partido pró-britânico da Irlanda do Norte que rejeita qualquer acordo que dividiria a província do território continental do Reino Unido. Mas a Irlanda e a UE dizem que manter uma união aduaneira é a melhor forma de evitar "divergências regulatórias".