Por Huw Jones e Alasdair Pal
LONDRES(Reuters) - A implantação das novas regras nesta quarta-feira para tornar o mercado financeiro da União Europeia mais transparente e seguro não apresentou falhas até agora, embora interrupções não possam ser descartadas, disse o supervisor do mercado da UE.
O novo regime joga luz sobre o funcionamento interno dos mercados de ações, títulos, commodities e derivativos, forçando bancos, gestores de ativos e operadores a fornecer informações detalhadas sobre trilhões de euros em transações.
Os grandes bancos gastaram cerca de 2 bilhões de dólares coletivamente no ano passado para atualizar os sistemas de tecnologia da informação estarem preparados para as mudanças.
"O que podemos ver da nossa parte, não tem nenhuma falha até agora", disse Steven Maijoor, presidente da Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (Esma). "Será a primeira vez que temos uma visão geral completa de todos os instrumentos financeiros na UE".
As novas regras, conhecidas como Diretiva dos Mercados de Instrumentos Financeiros II (MiFID II), foram adiadas por um ano para dar aos bancos, gestores de ativos e bolsas mais tempo para se prepararem.
Harps Sidhu, chefe de mercado de capitais da KPMG, disse que ficará mais claro até o fim da semana se o sistema de transações está funcionando corretamente.
"A principal coisa a saber é se o MiFID II não está concluído. As pessoas estão em vários estágios de prontidão", disse Sidhu.
O nervosismo do mercado perdeu força após o órgão regulador da UE ter anunciado antes do Natal medidas para dar mais tempo às empresas para cumprirem alguns requisitos essenciais.
Os reguladores disseram que não vão reprimir má conformidade inicialmente, desde que os participantes do mercado mostrem que estão fazendo tudo o que podem para acelerar a adequação.
Maijoor disse que, dada a complexidade e o tamanho da reforma, falhas da Esma não podem ser descartadas nos próximos dias ou semanas.