SÃO PAULO (Reuters) - O Porto de Paranaguá, um dos principais para o setor agropecuário do Brasil, fechou maio com movimentação de 4,39 milhões de toneladas, a maior marca da história para o quinto mês do ano, apesar dos problemas para o local receber cargas por caminhões devido aos protestos no período, informou a administração portuária.
O total movimentado em maio superou o volume do mesmo período do ano passado em quase 5 por cento, apesar dos dez dias de paralisações dos caminhoneiros, graças à boa capacidade de armazenagem e também ao acesso ferroviário ao porto paranaense.
"O recorde atesta o aumento de produtividade do Porto de Paranaguá, além da diversidade modal e a capacidade de armazenamento do complexo portuário", afirmou o porto em nota.
O resultado também foi obtido diante do escoamento de uma safra recorde de soja do Brasil, maior exportador global da oleaginosa.
Em maio, de acordo com dados do governo federal, as exportações da oleaginosa do Brasil atingiram um recorde acima de 12 milhões de toneladas.
"Os 21 dias em que pudemos operar normalmente foram suficientes para garantir uma movimentação recorde no mês", disse o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Lourenço Fregonese, lembrando que foram investidos mais de 635 milhões de reais no porto nos últimos anos.
Segundo a nota, o porto de Paranaguá tem a segunda maior capacidade estática de armazenamento de grãos para exportação do país, o que ajudou com que os embarques continuassem acontecendo no período dos protestos.
Ao todo, há uma capacidade de estoque para grãos de 1,5 milhão de toneladas em Paranaguá, o que é suficiente para carregar mais de 20 navios.
O aumento do abastecimento de cargas por ferrovias também foi fundamental para que o porto continuasse operando durante a greve. Atualmente, a participação do modal é de cerca de 30 por cento na operação de cargas em Paranaguá.
Segundo Fregonese, o resultado, no entanto, poderia ser ainda maior não fosse os protestos.
A estimativa é de que, no período da greve, deixaram de ser movimentadas 648 mil toneladas de produtos, incluindo líquidos, cargas gerais, grãos, fertilizantes e outros.
(Por Roberto Samora)