Por Elizabeth Piper e Tatiana Jancarikova
LONDRES/BRATISLAVA (Reuters) - O Reino Unido está acelerando os preparativos para "todas as eventualidades" que pode enfrentar quando sair da União Europeia, mas os dois lados têm esperança de selar em breve um acordo para apressar as conversas a respeito da dissolução de uma parceria de mais de 40 anos.
Faltando só 17 meses para a esperada desfiliação britânica, o ritmo lento das conversas elevou a possibilidade de o país se desligar da UE sem um acordo, alarmando líderes empresariais que dizem que o tempo para eles tomarem decisões de investimento está acabando.
Os negociadores britânicos e do bloco europeu se reuniram em Bruxelas nesta terça-feira para tentar acertar um cronograma para novas conversas sobre a separação, mas uma proposta inicial da UE de realizar mais três rodadas de encontros antes do final do ano não recebeu aprovação imediata do governo britânico.
A pressão levou Londres a intensificar seus planos para o Brexit, como é chamada a desfiliação britânica da UE, empregando milhares trabalhadores e gastando milhões para fazer com que os postos alfandegários, leis e sistemas funcionem a partir do primeiro dia do Brexit, mesmo sem um acordo sobre o relacionamento futuro.
Durante uma reunião com seus ministros nesta terça-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, foi atualizada sobre os planos das autoridades tributárias e alfandegárias de acrescentarem entre 3 mil e 5 mil novos funcionários no ano que vem e gastarem 500 milhões de libras esterlinas com o
Brexit.
May quer silenciar críticos em seu Partido Conservador que a estão pressionando a abandonar as conversas, que ainda não esclareceram quanto o Reino Unido deve pagar para deixar o bloco, e também para acelerar as negociações.