Investing.com – Apesar do Federal Reserve (Fed) anunciar sua política monetária nesta quarta-feira às 15h (horário de Brasília), os mercados esperam que isso sirva apenas como um trampolim para mudanças que serão anunciadas em junho.
Falta de detalhes não deve perturbar os mercados
O evento desta quarta-feira compreende apenas a declaração do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), com a descrição da economia e o anúncio de políticas apropriadas com uma perspectiva envolvendo poucos detalhes específicos.
A declaração não será acompanhada desta vez por projeções econômicas atualizadas ou por uma entrevista coletiva de Janet Yellen, presidente da instituição.
Como o consenso não espera mudança nas taxas de juros e futuros dos fundos do Fed apostam em apenas 5,3% de chances de aumento da taxa de juros em junho, de acordo com o Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com, há pouca possibilidade de que a publicação mexa com os mercados.
Como de costume, investidores analisarão com lente de aumento a declaração do FOMC para avaliar qualquer mudança de última hora na linguagem.
Entretanto, não se espera mudanças em frases "centrais" a respeito da perspectiva:
1. "O Comitê espera que as condições econômicas evoluam de forma que garantirão aumentos graduais nas taxas dos fundos federais; a taxa dos fundos federais provavelmente permanecerá, por algum tempo, abaixo dos níveis esperados para prevalecerem em longo prazo".
2. O Comitê manterá sua política existente de reinvestir os reembolsos de capitais de títulos do Tesouro e títulos hipotecários que são de sua propriedade em títulos hipotecários e na rolagem de títulos do Tesouro à venda, e isso é antecipado até que a normalização do nível da taxa dos fundos federais esteja bem encaminhada".
Investidores podem ficar no limbo antes de Yellen e Fischer
Com esse cenário, participantes do mercado provavelmente terão que esperar aparições públicas de dirigentes do Fed para receberem mais indicações da trajetória futura dos movimentos de política monetária, o que não se restringe a mais aumentos dos juros, mas também os planos do banco central de reduzir seu balanço patrimonial.
Eles não precisarão esperar muito, já que tanto Yellen quanto Stanley Fischer, vice-presidente da instituição, têm aparições públicas previstas para sexta-feira.
No momento, mercados apostam em cerca de 60% de chances de um aumento da taxa de juros em junho.