Juba, 9 fev (EFE).- As autoridades do Sudão do Sul pediram à comunidade internacional uma ajuda de cerca de US$ 200 milhões para "salvar" o orçamento governamental do país, que está sendo duramente afetado pelo conflito entre o governo e a oposição armada, disse nesta quinta-feira o ministro das Finanças sul-sudanês, Steven Dhieu Dau.
Em entrevista coletiva, o ministro comentou que, devido à desaceleração da economia, que depende em grande medida do petróleo, pediu ajuda aos países doadores para "apoiar o orçamento geral", que acabou "minguado pela desvalorização da libra sul-sudanesa frente ao dólar".
Após uma reunião com os países doadores, liderados pela Alemanha, Dau argumentou que as consequências da crise levaram a "um aumento dos preços que os cidadãos não podem enfrentar".
Além disso, o ministro das Finanças justificou este apoio para que possam ocorrer reformas econômicas no país, e estabelecer comissões que se encarreguem dos benefícios que não procedem do petróleo, segundo o estipulado no acordo de paz assinado entre o governo e os rebeldes para tentar pôr fim ao conflito, em agosto de 2015.
O embaixador da Alemanha no Sudão do Sul e representante dos países doadores, Johannes Lehne, comentou posteriormente em entrevista à imprensa que seu país se compromete a proporcionar a ajuda requerida ao governo de transição para "aplicar as reformas econômicas pedidas".
Lehne ressaltou "a importância da transparência" como aval para estas ajudas, e indicou que a Alemanha se compromete a pagar US$ 1 milhão anuais com o objetivo de "dar apoio ao trabalho humanitário".
O conflito armado no Sudão do Sul começou em dezembro de 2013, quando o presidente Salva Kiir (de etnia dinka) acusou o ex-vice-presidente Riak Machar (da tribo rival nuer) de orquestrar um golpe de Estado.