SÃO PAULO (Reuters) - A Volkswagen planeja produzir seu primeiro utilitário esportivo no Brasil, informou a montadora nesta quarta-feira, apostando em uma recuperação do mercado na América Latina, apesar dos sinais de cautela de rivais como a japonesa Honda Motor.
Em comunicado, a VW disse que investirá 2 bilhões de reais para fabricar o SUV compacto T-Cross em sua unidade de São José dos Pinhais, no Paraná.
A companhia começará a vender o T-Cross na primeira metade de 2019. O projeto faz parte de um plano de investimento de 7 bilhões de reais até 2020 para renovar a linha de modelos na "maior ofensiva de lançamento de produto já feita" no Brasil.
A participação de mercado da Volkswagen no mercado brasileiro diminuiu na última década, conforme novos participantes abriram fábricas no país, enquanto a recessão abalou as vendas.
Uma recuperação no setor motivada pelas exportações no ano passado e pelas taxas de juro em mínimas recordes reacenderam as expectativas de montadoras.
Mas nem todos estão convencidos. A japonesa Honda, por exemplo, informou separadamente que vai consolidar a produção de veículos na fábrica de Itirapina, convertendo uma instalação de 20 anos em Sumaré de veículos para motores e outras partes.
A transição deve ser concluída até 2021 nas fábricas, ambas localizadas no Estado de São Paulo. A Honda anunciou a nova unidade em Itirapina no início desta década como uma forma de dobrar a capacidade no Brasil em meio à crescente demanda doméstica, mas a crise interferiu em seus planos, de acordo com comunicado divulgado nesta quarta-feira.
Na terça-feira, o governo informou que a produção industrial brasileira se expandiu em fevereiro no menor ritmo em cinco meses, destacando o ritmo desigual da recuperação econômica no primeiro trimestre do ano.
A unidade da Honda em Itirapina foi entregue em abril de 2015, com capacidade para produzir 120 mil veículos por ano em dois turnos, mas a montadora manteve as linhas ociosas.
"Embora o mercado local recentemente tenha se recuperado, o crescimento continua abaixo dos volumes anteriormente previstos", disse a Honda no comunicado.
(Por Ana Mano)