Investing.com – A presidente do Federal Reserve (Fed), Janet Yellen, fará um discurso nesta segunda-feira e os investidores esperam para ver se ela dará alguma indicação sobre o futuro da política monetária. Os mercados continuam céticos em relação aos possíveis três aumentos das taxas em 2017 pelo banco central americano.
O discurso de Yellen é intitulado "O estado do mercado de trabalho" e será apresentado na cerimônia de formatura da turma do meio do ano na Universidade de Baltimore, no estado de Maryland, às 16:30, no horário de Brasília.
O discurso acontecerá apenas alguns dias após o Fed aumentar as taxas de juros pela segunda vez desde a crise financeira e os decisores aumentarem as estimativas para outros aumentos em 2017 de duas para três.
Os mercados não estão totalmente convencidos, apostando em uma chance de 1,25% a 1,50% de haver 3 aumentos dos juros até dezembro do ano que vem, um número 48% abaixo do marco de 50%, de acordo com o Monitor das taxas de juros do Fed da Investing.com.
Os fundos federais futuros estimam uma chance de 70% de o primeiro aumento acontecer em junho.
Em meio a incertezas quanto ao ritmo do aperto da política monetária futura, os mercados especulam sobre o tipo de política fiscal que o presidente Donald Trump implementará no início de seu mandato no próximo ano e as consequências dessa política na economia.
Yellen se referiu ao recente aumento dos juros na entrevista coletiva após a decisão como um "ajuste bem modesto no caminho das taxas dos fundos federais" e admitiu que "alguns participantes, mas não todos, incorporaram algumas mudanças de políticas fiscais em suas projeções, e que isso pode ter sido um fator".
Yellen deve receber um título de doutorado honorário em Direito pela Universidade e fará o discurso sobre o mercado de trabalho. Com esses compromissos, é improvável que a presidente do Fed faça esclarecimentos sobre como o banco central prosseguirá com o aperto de política.
Desde o anúncio de 14 de dezembro, o presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, sugeriu que é provável que sejam necessários mais do que três aumentos em 2017. Lacker participa das discussões do Fed, mas não tem voto até 2018.
O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, revelou que sua postura está um pouco menos pacífica, mudando sua opinião de que os EUA só precisariam de um aumento das taxas de juros por diversos anos para a visão de que um outro aumento em 2017 seria apropriado.
No entanto, em uma entrevista para o Wall Street Journal, Bullard disse que a recente eleição de Trump mudou o panorama do Fed, já que qualquer mudança de política feita pela legislação levaria tempo até fazer efeito.
Apesar de Bullard ter direito a voto em 2016, ele não está entre os votantes do próximo ano.