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Economia reduz a R$49,6 bi, ou 0,5% do PIB, meta de déficit primário para 2022

Publicado 31.08.2021, 14:43
© Reuters. Moedas de reais
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Economia melhorou expressivamente a meta de resultado primário para o próximo ano a um déficit de 49,6 bilhões de reais, equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), ante rombo de 170,5 bilhões de reais fixado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022.

O novo valor consta no projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) encaminhado nesta terça-feira ao Congresso Nacional. O rombo será menor principalmente pelo ajuste para cima feito na estimativa de receitas líquidas para o ano que vem, com acréscimo de 146,3 bilhões de reais sobre o que havia sido projetado na LDO.

Ainda assim, o déficit primário veio acima das indicações recentes do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que ficaria por volta de 0,3% do PIB em 2022.

Em mensagem sobre o projeto, o ministério afirmou que foram inclusos os efeitos de alterações propostas na reforma do Imposto de Renda, embora o texto ainda não tenha sido votado no Congresso e seu formato final seja desconhecido, em meio a negociações que estão sendo costuradas na Câmara dos Deputados para sua apreciação.

"O projeto em questão apresenta equilíbrio entre as medidas que promovem o aumento da arrecadação e redução de receitas tributárias, refletindo uma neutralidade dos efeitos globais das medidas", disse a pasta.

O PLOA não considerou aumento no Bolsa Família, mantendo para o programa, agora rebatizado de Auxílio Brasil, o mesmo nível de recursos observado em 2021, de 34,7 bilhões de reais, com meta de atendimento de 14,7 milhões de famílias.

PRECATÓRIOS

Na proposta de peça orçamentária, o governo estipulou, como vinha indicando, a previsão de pagamento na íntegra da pesada conta de 89,1 bilhões de reais em precatórios, que correspondem a perdas definitivas sofridas na Justiça.

Nesse quadro, a equipe econômica estimou que a despesas obrigatórias responderão por 94% do Orçamento em 2022, com as discricionárias representando apenas 6% do total.

Guedes chegou a dizer que, assim que o PLOA fosse enviado com a conta de precatórios à vista, todo mundo entenderia a "dramaticidade" do fato, o que contribuiria para uma rápida aprovação de uma solução para a questão.

"O crescimento de pagamento dessas sentenças judiciais gera inevitavelmente a compressão dos gastos discricionários --em especial, investimentos-- da União, para que sejam respeitadas as regras fiscais vigentes", disse o ministério, nesta terça-feira.

"Os efeitos orçamentários das condenações judiciais impostas à União, comparativamente às despesas discricionárias, passaram de 11%, em 2010, para 90% em 2021", completou a pasta, destacando que essa situação pode afetar o financiamento de políticas públicas e colocar em risco a capacidade operacional de órgãos e entidades federais.

O governo enviou ao Congresso Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para parcelar em dez vezes os precatórios de mais de 66 milhões de reais, estabelecendo também uma limitação provisória dos pagamentos anuais de precatórios a 2,6% da receita corrente líquida.

Mas o Supremo Tribunal Federal (STF) e os presidentes da Câmara e do Senado têm trabalhado para viabilizar, com a benção de Guedes, uma solução alternativa, de limitar o crescimento da conta de precatórios à inflação, seguindo a mesma dinâmica da regra do teto de gastos. A adoção dessa sistemática seria implementada por resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

PARÂMETROS VELHOS

Em linha com o que já vinha sendo apontado por membros do time econômico, o PLOA 2022 manteve os parâmetros econômicos atualizados pelo ministério em julho, por ocasião do último relatório bimestral de receitas e despesas: alta de 5,30% para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 2,51% em 2022; com IPCA subindo 5,9% em 2021 e 3,5% em 2022.

Para o INPC de 2021 --que corrige uma série de despesas obrigatórias para o ano que vem-- a projeção do governo foi mantida em 6,20%. O salário mínimo considerado no PLOA sofreu reajuste apenas pelo índice, a 1.169 reais para 2022.

© Reuters. Moedas de reais
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

Os números já são vistos como irreais pelo mercado, em meio às fortes pressões inflacionárias, com os consumidores sentindo na ponta os preços mais altos de commodities e da energia elétrica.

No boletim Focus mais recente, a perspectiva dos economistas é de alta de 7,27% para o IPCA este ano e de 3,95% no ano que vem. Para o PIB, a projeção do mercado é de crescimento de 5,22% em 2021 e de 2% em 2022.

O IPCA dos 12 meses até junho deste ano, de 8,35%, é o índice que corrige a regra do teto de gastos para 2022, ao passo que o INPC fechado de 2021 será o indexador de uma série de despesas obrigatórias do governo, como as ligadas à Previdência. Por isso, quanto maior o INPC, menor será o espaço da União, sob a regra do teto de gastos, para realização de outros gastos públicos.

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