😎 Promoção de meio de ano - Até 50% de desconto em ações selecionadas por IA no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

EUA não mencionam Brasil em carta a OCDE, mas reafirmam depois apoio a esforço do Brasil para adesão

Publicado 10.10.2019, 20:50
© Reuters. (Blank Headline Received)

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - Os Estados Unidos não mencionaram apoio ao ingresso do Brasil em carta enviada à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no fim de agosto em que manifestaram respaldo às candidaturas da Argentina e da Romênia, mas reafirmaram mais tarde nesta quinta-feira o suporte ao esforço do Brasil para aderir à entidade.

Em maio, o governo de Donald Trump anunciou apoio oficial à investida brasileira, após promessa nesse sentido feita pelo presidente norte-americano por ocasião de visita de Jair Bolsonaro aos EUA.[[nL2N22Z16B][nL1N2161L8]

Após o mal-estar causado pela notícia da carta norte-americana à OCDE, no início da noite o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, reafirmou o apoio à aspiração brasileira.

"Somos apoiadores entusiasmados da entrada do Brasil nesta importante instituição, e os EUA farão um grande esforço para apoiar a adesão do Brasil", disse Pompeo em comunicado.

Mais cedo, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília publicou nota intitulada "EUA mantêm apoio à OCDE" em que afirma que o país mantém os termos da declaração conjunta de Trump e Jair Bolsonaro, de 19 de março, que "afirmou claramente o apoio ao Brasil para iniciar o processo para se tornar um membro pleno da OCDE".

"Apoiamos a expansão da OCDE a um ritmo controlado que leve em conta a necessidade de pressionar as reformas de governança e o planejamento de sucessão. Continuaremos a trabalhar com outros membros da OCDE para encontrar um caminho para a expansão da instituição", afirmou a nota, acrescentando que todos os 36 membros da organização precisam concordar com o calendário e ordem dos convites para iniciar processo de adesão.

À noite, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o país segue confiante na adesão à OCDE.

"Estamos praticamente chegando lá, mas dois países estavam na nossa frente, Argentina e Romênia", disse o presidente, justificando o recuo norte-americano. "O Brasil, vai chegar sua hora."

Outras autoridades do governo também reagiram à notícia, argumentando que a posição dos EUA não havia mudado.

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que se reuniu nesta quinta-feira com o secretário-geral adjunto da OCDE, Ludger Schuknecht, em São Paulo, "na continuidade das nossas tratativas para que o Brasil possa caminhar em direção à ascensão da OCDE".

O Itamaraty afirmou que "os EUA continuam apoiando plenamente o ingresso do Brasil na OCDE" e que o governo brasileiro não vê "problema algum" no início do processo de adesão da Argentina e da Romênia.

EUROPA

Mais cedo, uma fonte ouvida pela Reuters avaliou que a carta não rejeitava o endosso ao pedido brasileiro e se inseria em um xadrez político maior, que inclui a oposição dos EUA à gestão de Angel Gurría, secretário-geral da OCDE.

O governo dos Estados Unidos não compartilha a visão de Gurría para as regras da organização, pela avaliação de que os rumos pretendidos preconizam uma influência excessiva da Europa sobre a OCDE, sendo que norte-americanos e europeus já divergem em relação a uma série de padrões, ligados por exemplo à tecnologia, regulação e meio-ambiente.

De acordo com uma das fontes, enquanto os EUA miram a sucessão de Gurría --que deverá ocorrer em 2020--, a perspectiva é que não irão se manifestar formalmente sobre qualquer mudança mais no desenho para adesão de novos membros.

"A rusga dos dois principais polos de poder (na OCDE) --polo americano e polo europeu-- provavelmente só vai se resolver com a própria sucessão do Gurría no ano que vem", disse a fonte.

Argentina e Romênia requerem participação no que é considerado o clube dos países ricos, assim como Brasil e Bulgária. Com o ingresso de mais dois países europeus no grupo, norte-americanos avaliam que uma OCDE mais "europeizada" poderia ser uma barreira aos seus interesses.

O timing da carta, de acordo com a primeira fonte, também tem referência ao resultado das eleições primárias na Argentina.

No início de agosto, o mercado argentino sofreu forte abalo na esteira da esmagadora vitória do candidato de oposição Alberto Fernández nas eleições primárias, afetando severamente as chances de reeleição do presidente Mauricio Macri.

Fernández tem a ex-presidente Cristina Kirchner como sua companheira de chapa, enquanto Macri é defensor do livre mercado e é visto como aliado dos EUA.

Na carta, os americanos teriam favorecido o critério de cronologia, dando apoio aos argentinos, que começaram o processo de adesão primeiro e que já tinham respaldo de Trump há mais tempo. O momento de envio também teria sido uma forma de sinalizar apoio ao governo Macri, segundo a fonte. As eleições na Argentina ocorrem no fim deste mês.

A solicitação formal do Brasil para se juntar à OCDE foi feita em maio de 2017, representando um esforço para fortalecer os laços com as nações desenvolvidas do Ocidente, depois que governos anteriores priorizaram as relações com países em desenvolvimento.

© Reuters. (Blank Headline Received)

A OCDE aconselha seus membros, na sua maioria países ricos, e é considerada uma influenciadora-chave na arquitetura econômica mundial. Dentre os emergentes que fazem parte do grupo, estão países como Turquia, México e Chile.

(Com reportagem adicional de Lisandra Paraguassu, em Brasília, e Eric Beech, em Washington)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.