BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira que o país atravessa o pior momento em relação à inflação, mas que a taxa deve começar a retroceder daqui para frente, chegando ao final deste ano em 7% e terminando 2022 próximo a 4%.
Em participação no evento virtual "Scoop Day", Guedes também afirmou que o governo não prevê renovar o auxílio emergencial, que vence em outubro, mas destacou que é a pandemia que define o "timing" do benefício.
"Se viesse a variante Delta, se ela subir, se aumentar de novo a taxa de mortalidade, a infecção estiver fazendo vítimas, aí tudo bem, aí vamos embora de novo com o auxílio emergencial, mas não é o que nós estamos vendo no momento", disse Guedes.
Sobre a inflação, que teve alta de 8,99% em 12 meses até julho, Guedes disse que o governo está cumprindo seu papel, adotando uma política fiscal austera, e com o Banco Central atuando na política monetária.
"Eu imagino que o pior da inflação nós estamos atravessando agora, daqui para frente a taxa deve começar a cair lentamente", disse Guedes, ressaltando que há desafios no processo, com destaque para a crise hídrica.
Ao comentar a perspectiva para votação da reforma do Imposto de Renda no Senado, após o projeto ter sido aprovado esta semana na Câmara, Guedes disse estar confiante que terá apoio dos senadores. Ele considerou um equívoco a derrubada no Senado do projeto do governo que instituía programas para criar empregos.
"Claramente há um problema no Senado, o governo ainda não conseguiu formular sua base de sustentação", disse Guedes.
Para o ministro, ainda que a proposta de reforma do IR do governo tenha sofrido alterações na Câmara, as ideias centrais foram preservadas, com a redução da tributação sobre empresas e pessoas físicas e a imposição da taxação dos dividendos.
Guedes disse não estar preocupado com a possibilidade de a reforma trazer perda de arrecadação já que as receitas estão vindo muito acima do esperado em meio à retomada da economia.
(Por Isabel Versiani)