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Meirelles defende meta de inflação de 3% para 2024 para ancorar expectativas

Publicado 23.06.2021, 14:55
© Reuters. O secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles.. 21/02/2019. REUTERS/Amanda Perobelli.
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Por Isabel Versiani

BRASÍLIA (Reuters) - A inflação elevada que o país enfrenta neste período de retomada do crescimento está relacionada principalmente a choques de oferta e de demanda ligados à pandemia que tendem a ser passageiros e, para ancorar as expectativas, o governo deveria seguir reduzindo a meta de inflação do país.

A avaliação é do ex-presidente do Banco Central, ex-ministro da Fazenda e atual secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles. Em entrevista à Reuters, ele afirmou que, caso ainda fizesse parte do Conselho Monetário Nacional (CMN), votaria nesta semana pela fixação de uma meta de 3% para a inflação em 2024.

A meta de inflação para este ano é de 3,75%, e a expectativa do mercado é descumprimento do objetivo, mesmo considerando a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Para 2022, as expectativas estão já um pouco acima da meta central de 3,5%. A meta de 2023 é de 3,25%, e a de 2024 será definida pelo CMN neste mês, em reunião prevista para a próxima quinta-feira.

Meirelles destaca que os preços têm sido afetados, entre outros fatores, por disrupções nas cadeias de produção geradas por problemas relacionados à pandemia.

"O Banco Central tem que tomar as medidas, e está tomando, agora a tendência é de melhora, na medida em que as empresas forem retomando", afirmou. Ele destacou a importância de, nesse contexto, o governo manter o curso previsto e direcionar as expectativas, levando a meta para 3%, patamar que diz considerar "normal" para economias emergentes.

"Se eu estivesse lá eu votaria a favor, sim, de continuar nessa linha para 2024", afirmou.

Questionado se a inflação mais elevada neste ano irá enfraquecer o mecanismo do teto de gastos como âncora fiscal para 2022, na medida em que permitirá que o governo gaste mais sem descumprir a regra, Meirelles pontuou que o fato de o teto variar de acordo com a inflação é uma vantagem.

"Acho que nesse momento inclusive permite que o governo obedeça ao teto de gastos, na medida em que dá um pouco mais de margem", afirmou Meirelles. "Permite ter um pouco mais de confiança de que é possível seguir o teto (sabendo) que, em um ano que a inflação cai, o teto vai para baixo."

CRISE HÍDRICA

A equipe de Meirelles aumentou para cerca de 7,5% as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de São Paulo em 2021 após o governador João Doria (PSDB) anunciar uma antecipação do cronograma de vacinação do Estado, agora previsto para abarcar todos os adultos até setembro.

Esse desempenho coloca o Estado, que fechou o ano passado com um ligeiro crescimento, bem acima da média do país --a expectativa do mercado é que o Brasil cresça 5% neste ano, após queda de 4,1% em 2020.

Meirelles admite que a crise hídrica é um risco negativo para a projeção, mas pondera que o aprendizado que as empresas adquiriram na pandemia, aliado a uma avaliação de que comércio e indústria tendem a ser relativamente poupados de eventuais falhas que venham a ocorrer nos horários de pico de consumo da população, minimiza as preocupações.

"Vamos evidentemente monitorar de perto aí a evolução de toda essa situação, não só dessa questão hídrica, mas mais ainda da evolução da vacinação, da questão da saúde e essas novas variantes de Covid-19. Tem muita coisa influenciando esse processo (da atividade)", afirmou o secretário.

Ao chamar a atenção para a importância dos investimentos privados no setor de energia, ele disse considerar "extremamente positiva" a aprovação, no Congresso Nacional, da medida provisória que abre espaço para a privatização da Eletrobras (SA:ELET3). A votação foi concluída na noite de terça-feira e segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

A MP prevê a diluição da participação do governo na Eletrobras por meio da venda de ações. Mas emendas ao texto que não têm relação com a desestatização ou com a elétrica levantaram uma série de questionamentos de especialistas sobre o custo mais alto da energia térmica compulsória decorrente da contratação de 8 gigawatts estabelecida na proposta.

Para Meirelles --que comandava o então Ministério da Fazenda quando o governo Michel Temer apresentou um primeiro projeto de pulverização da participação do governo na estatal--, os "jabutis" incorporados pelo Congresso à nova MP denunciam dificuldades de coordenação do governo e são criticáveis, mas não tiram o mérito do plano de privatização.

© Reuters. O secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles.. 21/02/2019. REUTERS/Amanda Perobelli.

"Acho extremamente positivo que isso finalmente esteja saindo", disse Meirelles.

Questionado sobre seus projetos políticos, Meirelles, que tem sido cogitado para ser candidato ao Senado ou mesmo à vice-presidência numa eventual chapa de Luiz Inácio Lula da Silva, afirma que por ora está focado na secretaria estadual.

"O importante para mim agora é realmente fazer, concluir um bom trabalho aqui em São Paulo, este ano e o próximo tempo em que eu estou aqui. Depois, no devido tempo, vamos olhar", afirmou, lembrando que o prazo para candidatos se descompatibilizarem de cargos públicos termina em abril do próximo ano.

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