BRUXELAS/BUDAPESTE (Reuters) - A Hungria pareceu estar em rota de colisão nesta quarta-feira com outros membros da União Europeia por conta da tentativa da Ucrânia de se juntar ao bloco, uma disputa que pode atrasar o esforço de adesão de Kiev e deve ofuscar uma cúpula da UE.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, reafirmou sua oposição à oferta de uma adesão rápida à vizinha Ucrânia na cúpula desta semana, dizendo ao Parlamento que isso não serviria aos interesses da Hungria ou dos 27 membros da UE.
Com ambos os lados insistindo, as esperanças da Ucrânia de garantir a tão necessária assistência financeira e militar para combater as forças invasoras russas estão em jogo.
"Nossa posição é clara. Não apoiamos a rápida entrada da Ucrânia na UE", disse Orbán, um nacionalista conservador que é o aliado mais próximo do presidente russo, Vladimir Putin, na UE, em publicação no Facebook (NASDAQ:META).
Orbán e outros líderes da UE começaram a chegar a Bruxelas nesta quarta-feira para a conferência que será aberta formalmente na quinta-feira. Orbán ameaçou bloquear propostas que permitam a Kiev iniciar negociações de adesão e receber ajuda financeira e militar substancial do orçamento da UE.
Kiev quer aderir à UE e construir alianças com o Ocidente à medida em que se distancia ainda mais de sua ex-companheira como república soviética da Rússia, e a obtenção de 50 bilhões de euros de apoio econômico e 20 bilhões de euros para as forças armadas da Ucrânia seriam vitais para o seu esforço de guerra.
Falando em Bruxelas, o novo primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, chamou Orbán de "político muito pragmático" e disse que procuraria encontrar uma forma de conquistá-lo.
"A apatia em relação à Ucrânia é inaceitável", disse Tusk, acrescentando que tentará convencer "alguns Estados-membros" da necessidade de ajudar o país.
(Reportagem de Krisztina Than em Budapeste e Gabriela Baczynska em Bruxelas; reportagem adicional de Philip Blenkinsop em Bruxelas)