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Para Palestinos presos sob ocupação israelense, uma infância destruída

Publicado 30.12.2023, 13:52

Por Henriette Chacar

JERUSALÉM (Reuters) - O adolescente Abdelrahman al-Zaghal, de 14 anos, foi um dos mais jovens palestinos libertados por Israel em troca de reféns tomados pelo Hamas após o ataque de 7 de outubro contra Israel.

Semanas depois, sua vida ainda guarda pouca semelhança com a de um adolescente normal. Ele se recupera de graves lesões que sofreu no dia de sua prisão, e afirmou que sua escola está esperando a autorização de Israel para que ele possa frequentá-la.

Ele recebeu um tiro em agosto, quando saiu de casa para comprar pão, e acordou algemado em um leito hospitalar, vigiado por dois policiais e com ferimentos de bala na cabeça e na pelve.

Israel acusou Zaghal de lançar um coquetel molotov, o que ele nega. Sua mãe, Najah, afirmou que ele foi atingido por um homem que guardava um assentamento judaico perto de sua casa, em Jerusalém Oriental.

Como morador de Jerusalém, o caso do adolescente foi parar em um tribunal civil israelense. O juiz ordenou que ele fosse colocado em prisão domiciliar, mas longe do bairro onde mora, até o fim do julgamento.

No dia de sua soltura, Zaghal afirmou que pulava de alegria. Mas a festa acabou quando ele teve de passar por uma cirurgia por causa do ferimento cerebral causado pelos tiros, disse sua mãe.

Entre os 240 palestinos soltos por Israel durante uma pausa na guerra na Faixa de Gaza, em novembro, Zaghal é um dos 104 que tinham menos de 18 anos. Em troca, o Hamas libertou 110 mulheres, crianças e estrangeiros que foram levados como reféns em 7 de outubro.

Mais da metade dos palestinos libertados sob o acordo foram presos sem acusação formal, mostraram registros de Israel. Desde 2000, o Exército israelense deteve cerca de 13 mil crianças palestinas, quase todos garotos com idades entre 12 e 17 anos, afirmou a Defesa Internacional das Crianças – Palestina (DCIP, na sigla em inglês).

“Em qualquer lugar que uma criança palestina vá, há um militar israelense para exercer algum tipo de controle sobre a sua vida", afirmou Miranda Cleland, da DCIP.

Israel afirma que prende palestinos por suspeita ou por planejar ataques contra seus cidadãos. Os militares israelenses afirmam que as agências de segurança na Cisjordânia ocupada “atuam para proteger os direitos dos menores durante todos os procedimentos administrativos e criminais”.

Na Cisjordânia, palestinos e israelenses estão sujeitos a sistemas legais distintos. Os palestinos, inclusive os menores de idade, são processados em um tribunal militar.

Com base em depoimentos de 766 crianças presas entre 2016 e 2022, a DCIP descobriu que 59% delas foram levadas por soldados à noite. Cerca de 75% foram sujeitas a violência física e 97% foram interrogadas sem a presença de um familiar ou advogado. Uma a cada quatro são colocadas em solitárias por dois ou mais dias, mesmo antes de o julgamento começar, disse Cleland.

Advogados trabalham para que as crianças consigam acordos na Justiça, já que a taxa de condenação, segundo ela, é superior a 95%.

(Por Latifa Abdellatif e Sinan Abu Mayzer)

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