O economista Joseph Stiglitz, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2001, disse em um seminário nesta 3ª feira (12.set.2023) que o Brasil precisa acelerar a aprovação da reforma tributária. O projeto está no Senado depois de ter sido aprovada pela Câmara.
“É importante que a reforma seja feita logo. As condições econômicas globais não devem ficar muito favoráveis com a redução do crescimento da China”, afirmou Stiglitz. Segundo o economista, o Brasil deverá fazer a transição para a economia verde e precisará de dinheiro para isso. Ele participou do seminário Tributação e Desigualdade no Sul Global, em Brasília, organizado pela Oxfam Brasil.
Stiglitz é professor da Universidade Columbia, em Nova York. Ele defende que pessoas de alta renda paguem mais impostos. Falou sobre o tema na 2ª (11.set) em palestra do STF (Supremo Tribunal Federal). Para Stiglitz, o sistema tributário brasileiro deveria ser mais progressivo, com impostos que cresçam de forma proporcional à renda.
“Os super ricos não estão pagando o que deveriam”, disse Stiglitz no seminário da Oxfam nesta 3ª (12.set). Mas ele fez uma ressalva: em vez de buscar aprovar uma reforma com o sistema ideal, é preciso aprovar logo a que está no Congresso.
BENS E SERVIÇOS
Bernard Appy, secretário especial para a Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, disse no seminário que a proposta em discussão no Congresso beneficia os mais pobres. “O sistema atual tributa mais os bens do que os serviços e isso mudará com a reforma”, disse. Os mais pobres consomem mais bens do que serviços. Para os mais ricos é o contrário.
Também participaram do seminário Benilda Brito, integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, e Martín Guzmán, que foi ministro da Economia da Argentina de 2019 a 2022. A mediação do seminário foi da diretora-executiva da Oxfam Brasil, Kátia Maia.
Brito pediu, em sua intervenção no seminário, que Stiglitz peça ao presidente Luiza Inácio Lula da Silva (PT) que indique uma mulher negra como ministra do STF.