Por Jeff Mason e Alexandra Alper
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que poderá em poucas semanas dizer se a China está cumprindo suas obrigações na fase 1 de um acordo comercial assinado em janeiro, antes que o coronavírus se espalhasse.
Trump --cujo governo está avaliando ações punitivas contra Pequim pelo manejo inicial do surto de vírus, enquanto prejuízos econômicos se acumulam-- disse estar "observando atentamente" se a China cumprirá seus compromissos de elevar as compras de produtos dos EUA sob o acordo comercial.
Ele disse que a China está comprando muitos produtos agrícolas norte-americanos, mas questionou se as aquisições estão nos níveis necessários para cumprir compromissos sobre bens agrícolas e manufaturados, de energia e serviços previstos.
"Poderei fazer um relato em poucas semanas --não apenas com os agricultores, mas também com outras indústrias", disse Trump.
"Eles entendem que têm um acordo e esperamos que mantenham o acordo e veremos. Pode ser que sim. Pode ser que não. Vamos descobrir", acrescentou Trump.
Sob o acordo, a China aceitou aumentar suas compras de mercadorias dos EUA em 200 bilhões de dólares em dois anos, com cerca de 77 bilhões de dólares em aumento de compras no primeiro ano e 123 bilhões de dólares no segundo.
Washington prometeu iniciar negociações com Pequim sobre a fase 2 do acordo para tratar de subsídios governamentais e questões mais espinhosas sobre transferência de tecnologia, mas não houve esforço para começar essas negociações desde que o coronavírus travou grande parte da economia dos EUA.
Autoridades dos EUA disseram que estão avaliando ações contra a China, incluindo possíveis tarifas e medidas para desviar da China cadeias de fornecimento.
Questionado sobre isso, Trump disse: "Estamos no meio de coisas muito grandes, então não quero falar disso agora".
Mas os comentários da secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, nesta quarta-feira, destacaram uma brecha mais profunda entre Washington e Pequim.
"No momento, é uma relação de decepção e frustração, porque o presidente está frustrado porque algumas das decisões da China colocam vidas norte-americanas em risco", disse McEnany.