Por David Milliken
LONDRES (Reuters) - Alguma das nações mais ricas do mundo estão extremamente próximas de um acordo para fechar o cerco contra grandes empresas que não pagam cota justa de tributos, disse nesta sexta-feira o ministro francês das Finanças Bruno Le Maire.
Os ministros das Finanças do G7 estão reunidos presencialmente pela primeira vez desde o início da pandemia da Covid-19, depois que o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu novo incentivo às negociações fiscais globais paralisadas neste ano.
As nações ricas têm enfrentado dificuldades por anos para o alcance de um acordo sobre uma forma de arrecadar mais impostos de grandes multinacionais, como Google (NASDAQ:GOOGL), Amazon (NASDAQ:AMZN) e Facebook, que costumam registrar lucros em territórios onde pagam pouco ou nenhum tributo.
"Estamos a apenas um milímetro de um acordo histórico", disse Le Maire à BBC após as negociações.
No entanto, permanecem importantes divergências sobre a alíquota mínima pela qual as empresas devem ser tributadas e sobre como serão elaboradas regras para garantir que companhias muito grandes com margens de lucro menores, como a Amazon, enfrentem impostos mais elevados.
Os Estados Unidos têm proposto uma alíquota mínima de imposto corporativo de 15%, acima do nível de países como Irlanda, mas bem abaixo da média do G7.
Le Maire afirmou que isso representa "apenas um ponto de partida". "Precisamos de algo que seja confiável", acrescentou. "Ainda estamos trabalhando nesse ponto muito complicado da alíquota."
Qualquer acordo ainda precisaria de uma adesão global muito mais ampla em uma reunião do G20 em Veneza em julho.
O ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, disse na segunda-feira não esperar um acordo nesta semana sobre uma alíquota mínima específica de imposto.
(Reportagem adicional de Jan Strupczewski e Leigh Thomas)