Por Renee Maltezou
ATENAS (Reuters) - De uma amostra de cabelo a um vestido de veludo azul que ela usou após a memorável apresentação de La Traviata, de Verdi, no La Scala de Milão em 1955, os turistas em Atenas agora podem se maravilhar com os itens pertencentes à diva da ópera Maria Callas em um novo museu dedicado à lendária soprano.
Instalado em um edifício neoclássico de três andares no coração da capital grega, o museu abre suas portas na quinta-feira e coincide com o ano do 100º aniversário da influente cantora, em 2 de dezembro.
Os óculos de grau da artista, figurinos e um caderno que ela usava para memorizar trechos de seus papéis estão entre os itens expostos, que foram doados ou emprestados ao museu.
Um esboço de um desenho do sapateiro de luxo Manolo Blahnik, inspirado na soprano, que se tornou uma das figuras mais emblemáticas da ópera do século 20, foi doado pela Sociedade Grega Maria Callas, juntamente com mechas que o cabeleireiro da diva guardou e vendeu em um leilão.
"Cada item contribui para a criação de uma imagem abrangente desta mulher surpreendente", disse à Reuters Kostis Bitzanis, diretor do projeto do museu.
"Maria Callas é uma das maiores marcas do mundo, é uma mulher que se tornou uma lenda", afirmou.
Nascida Maria Anna Sophie Cecilia Kalogeropoulos em Nova York em dezembro de 1923, de pais gregos, Callas foi representante do renascimento quase solitário da técnica vocal italiana do bel canto.
No segundo andar do museu, os visitantes podem ouvir trechos das performances únicas de Callas, incluindo a ária "Casta Diva" da ópera "Norma", de Bellini, além de suas aulas na Julliard School em Nova York entre 1971 e 1972.
"Continuem... da maneira correta, não com os fogos de artifício, não com os aplausos fáceis", diz Callas a alunos em um discurso de despedida em março de 1972.
Callas morreu de ataque cardíaco em 1977, aos 53 anos.
(Reportagem de Renee Maltezou)