BRASÍLIA (Reuters) - O estoque da dívida pública federal total deve fechar 2015 entre 2,450 trilhões e 2,600 trilhões de reais, informou o Tesouro nesta quarta-feira, indicando ainda que pode exercer opção de compra do título Global 2040 a partir de agosto.
De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), a necessidade bruta de financiamento será de 634,8 bilhões de reais este ano. Esse necessidade é reduzida para 487,7 bilhões de reais, em termos líquidos, se considerados 147,1 bilhões em recursos orçamentários para o financiamento do passivo.
Para este ano, a meta da parcela de títulos prefixados é entre 40,0 e 44 por cento. Em 2014 essa dívida representou 41,6 por cento do estoque total.
Para a parte da dívida corrigida pela taxa Selic a banda estipulada é entre 17,0 e 22,0 por cento do total. No ano passado, esse percentual ficou em 18,7 por cento.
Para a parcela da dívida indexada à inflação o piso foi fixado em 33,0 por cento e o teto em 37 por cento. Em 2014 essa parte da dívida correspondeu a 34,9 por cento do total.
Para os títulos corrigidos pela taxa de câmbio foi fixada meta entre 4,0 e 6,0 por cento. No ano passado, ficou em 4,8 por cento.
Entre as diretrizes da gestão da dívida para este ano, o Tesouro manteve o objetivo de substituição gradual dos títulos remunerados pela taxa Selic por títulos com rentabilidade prefixada.
O plano de gestão da dívida irá lidar com mais um ano de baixo crescimento e com uma política macroeconômica que busca controlar a inflação e rearrumar as contas públicas, melhorando tanto a potência da política monetária quanto os resultados da política fiscal.
O plano de ajuste posto em prática no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff tem por alvo a meta de superávit primário de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, destinado a conter o avanço da dívida bruta do país.
Para entregar esse resultado, o governo está revendo desonerações, retornando com a cobrança de tributos que estavam zerados e cortando gastos públicos.
Além do cenário interno de restrições, os gestores da dívida pública lidam também com uma cena externa na qual permanecem incertezas relacionadas à política monetária norte-americana e sobre a capacidade de recuperação da economia da zona do euro.
(Reportagem de Luciana Otoni)