(Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, fez questão de tratar como "visita" a ida da presidente Dilma Rousseff a Belo Horizonte neste sábado e de lembrar que ela não mora mais no Estado e "não vota em Minas".
Dilma alterou sua agenda da véspera do primeiro turno, já que inicialmente previa uma caminhada em São Bernardo do Campo (SP) ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em vez disso, decidiu por eventos de campanha em Belo Horizonte e Porto Alegre. Aécio, por sua vez, fará caminhadas em quatro cidades da região metropolitana de Belo Horizonte neste sábado.
"A minha orientação aos meus companheiros é manifestarmos sempre a nossa tradicional hospitalidade a quem nos visita. Pena que não ficará aqui muito tempo, porque não vota aqui em Minas Gerais. Mas vamos recebê-la como sempre recebemos", disse o tucano a jornalistas.
A presidente, por sua vez, disse na capital mineira que escolheu visitar Minas e Rio Grande do Sul na véspera da eleição porque esses são os "Estados do seu coração". Ela fez questão de lembrar que viveu por 19 anos em Belo Horizonte e que foi obrigada a deixar Minas por conta da repressão do regime militar.
Apesar de a atual presidente ser mineira, Aécio, que tem concentrado boa parte de suas atividades de campanha no Estado, tem feito um apelo aos eleitores de Minas para que deem a vitória a um mineiro na eleição presidencial e, neste sábado, se referiu a Dilma como "aqueles que vêm de outras partes do Brasil".
Segundo as pesquisas de intenção de voto, Aécio está em uma disputa acirrada com a candidata do PSB, Marina Silva, pela vaga para enfrentar Dilma no segundo turno. Mas o embate entre a petista e o tucano em torno das origens mineiras de cada um tem outro pano de fundo: a disputa pelo governo local.
O candidato de Dilma, o petista Fernando Pimentel, lidera as pesquisas e tem boas chances de se eleger governador no domingo. Já o de Aécio, Pimenta da Veiga, está em uma distante segunda posição e, confirmados nas urnas os números das pesquisas, terá fim de uma hegemonia de 12 anos do PSDB no Estado, o qual Aécio governou por dois mandatos.
O tucano também comentou suas propostas para a área econômica, divulgadas na sexta-feira, e que preveem a redução da meta de inflação, atualmente em 4,5 por cento ao ano.
"O nosso programa não traz novidades em relação àquilo que nós praticamos ao longo de toda a nossa vida", disse. "O que nós achamos, sim, é que podemos até o final do nosso mandato reduzir a inflação, obviamente focando em uma meta menor do que a meta atual de 4,5 por cento", explicou.
(Por Eduardo Simões; Edição de Luciana Bruno)