Por Marcela Ayres
SÃO PAULO (Reuters) - Mais brasileiros pretendem dar presentes neste Natal, mas a representatividade dos que querem gastar um valor menor mais do que dobrou em relação ao ano passado, conforme pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Segundo o levantamento, 87 por cento dos consumidores entrevistados têm a intenção de adquirir pelo menos um presente neste ano, aumento de 20 pontos percentuais sobre 2013.
Porém, quando questionados acerca da intenção de elevar o gasto nas compras natalinas, 33 por cento disseram que pretendem gastar menos, ante percentual de 13 por cento no ano passado. Outros 40 por cento querem gastar o mesmo valor de 2013, enquanto 27 por cento pretendem gastar mais.
"O consumidor quer presentear, mas sabe que o momento é de cautela e os gastos devem ser mais bem pensados", disse em nota a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, citando um possível receio dos consumidores diante da piora na geração de empregos, menor crescimento econômico e do rendimento dos trabalhadores.
Neste ano, as roupas aparecem no primeiro lugar na lista de preferência dos consumidores, apontadas por 77 por cento dos entrevistados, seguidas por calçados (50 por cento) e perfumes/cosméticos (45 por cento).
Segundo o SPC Brasil, na comparação com o ano passado houve crescimento do interesse em calçados e perfumes/cosméticos, categorias que foram indicadas em 2013 por 38 por cento e 33 por cento dos consumidores, respectivamente. Para smartphones, também houve um salto expressivo de 12 para 20 por cento, completou a entidade.
VIÉS DOS LOJISTAS
Em pesquisa divulgada também nesta terça-feira, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDLESP) apontou que os varejistas paulistas estimam alta de 3 por cento nas vendas de Natal na comparação com o ano passado, abaixo da previsão de 7 por cento feita para o período em 2013.
O presidente da FCDLESP, Mauricio Stainoff, afirmou ser possível observar que as compras dos comerciantes para abastecerem seus estoques de final de ano foram menores no ano a ano, em um ambiente de cautela devido à situação econômica do país.