O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 6ª feira (5.jan.2024) que seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), planejou e não assumiu os ataques extremistas do 8 de Janeiro, em Brasília. Ele afirmou ainda que Bolsonaro “não aceitou” o resultado da eleição presidencial de 2022. Os atos extremistas completam 1 ano na 2ª feira (8.jan).
“Eu acredito que tenha um responsável direto que planejou tudo isso e que covardemente se escondeu e saiu do Brasil com antecedência, que foi o ex-presidente da República. É sabido que ele não aceitou nossa vitória, tentou desmoralizar o tempo inteiro a justiça eleitoral, tentou desmoralizar todas as instituições possíveis. Ele planejou isso. Covardemente, não teve coragem de assumir. Saiu e deixou os mandantes dele aí para cumprir”, disse ao Metrópoles.
O presidente disse ainda que o governo está apurando quem financiou os ataques e os acampamentos pelo Brasil. Afirmou querer que a justiça seja feita para que ninguém “ouse dar um golpe em um processo democrático”.
“Eu acho que tem um culpado e é ele. Porque ele falou disso antes, durante todo o mandato e depois. Só não teve coragem de assumir porque fugiu com antecedência. Aliás, não teve a grandeza de dar posse ao presidente eleito, que no caso fui eu”, afirmou.
Lula disse também que havia “um pacto” entre Bolsonaro e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Segundo ele, os ataques não poderiam ser feitos “se o Estado não quisesse que acontecesse”.
“Havia, na verdade, um pacto entre o ex-presidente da república, o governador de Brasília e a polícia tanto do Exército quanto do DF, além de policiais federais participando. Aquilo não poderia acontecer se o Estado não quisesse que acontecesse”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo.
O presidente disse que não recebeu informações corretas sobre o potencial das ameaças dos ataques extremistas. Relatou que viajou teria o interior paulista “tranquilo”, acreditando que os acampamentos de opositores em quartéis seriam desmobilizados. Lula estava em Araraquara (SP) na data.
“Não tive as informações corretas de que tinha possibilidade de acontecer aquilo. O que eu tinha era que os acampamentos estavam acabando. Mas depois fiquei sabendo que no sábado começou a chegar gente de ônibus nos acampamentos. Mas não imaginei que pudesse chegar a invasão aqui”, disse.