Por Dietrich Knauth
NOVA YORK (Reuters) - O juiz que supervisiona o processo de recuperação judicial da FTX disse nesta sexta-feira que companhias de mídia podem pedir à Justiça que a corretora de criptomoedas revele publicamente os nomes de seus clientes. O juiz John Dorsey afirmou que New York Times, Dow Jones, Bloomberg e Financial Times podem fazer pedidos judiciais para que a FTX divulgue os nomes de seus clientes durante audiência marcada para 11 de janeiro.
As empresas de mídia argumentam em uma ação que manter em sigilo os nomes de pelo menos 1 milhão de clientes pode tornar o processo de recuperação judicial em uma guerra de credores se eles começarem a disputar anonimamente sobre quanto dinheiro têm a receber.
A FTX argumentou durante audiência nesta sexta-feira que revelar os nomes pode expô-los a fraudes, além de violar leis de privacidade e permitir que rivais da empresa os capturem, minando o valor da FTX perante potenciais compradores.
A FTX afirmou nesta sexta-feira que planeja vender as unidades LedgerX, Embed, FTX Japan e FTX Europe durante o processo de recuperação judicial. As quatro empresas são relativamente independentes do restante do grupo e cada uma tem contas separadas de clientes e equipes de gestão distintas.
A FTX não está comprometida em vender qualquer das empresas, mas já recebeu dezenas de propostas não solicitadas. A empresa espera obter ofertas adicionais por meio de leilões marcados para fevereiro e março.
Outras empresas de criptomoedas, como Voyager Digital e Celsius Network, tiveram dificuldades em encontrar compradores para seus ativos. A Voyager planejava vender seus ativos para a FTX antes da implosão da corretora, e a Celsius disse na quinta-feira que adiou um leilão de seus negócios para tentar melhorar as ofertas recebidas.
Advogados da FTX disseram nesta sexta-feira que tiveram "progresso significativo" na recuperação de ativos e que estão trabalhando para resolver uma disputa com autoridades das Bahamas que acompanham a liquidação da FTX Digital Markets, unidade sediada no país caribenho.
A audiência desta sexta-feira aconteceu depois de uma semana dramática para a FTX. O fundador Sam Bankman-Fried foi preso acusado de fraude na, segunda-feira, e o presidente-exeuctivo da empresa, John Ray, testemunhou perante o Congresso dos Estados Unidos na terça, enquanto autoridades nas Bahamas exigiram acesso aos sistemas e registros da empresa na quarta.